sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Maria Firmina - UMA ESCRITORA BRASILEIRA




MARIA FIRMINA DOS REIS, A PRIMEIRA ESCRITORA NEGRA BRASILEIRA.
Ela não assinava seus livro, costumava escrever no prefácio, o seguinte:
 “pouco vale este romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem o trato e conversação dos homens ilustrados”.


Esta observação, já nos esclarece o quanto era difícil a sobrevivência de Maria Firmina. Hoje, ao ler esta declaração, no momento em que se discute tanto o empoderamento da mulher brasileira, fica a sugestão de trazermos à tona o nome e a obra de pessoas como Maria Firmina dos Reis, que nasceu em São Luís, no Maranhão, em 11 de março de 1822. Bastarda, foi registrada com o nome de outro homem no lugar de seu pai biológico. Do pouco que é conhecido sobre ela, sabe-se que era filha de uma mãe branca e de um pai negro – e provavelmente escravo. Em 1830 mudou-se com a família para São José de Guimarães, no qual viveu parte de sua vida com uma tia por parte de mãe com uma boa situação financeira, o que deu à ela a oportunidade da alfabetização e da cultura literária. Em 1847, Maria Firmina começou a exercer a profissão de professora primária, e deu aulas até 1881.

Maria Firmina dos Reis é autora do romance Úrsula, considerado o primeiro livro abolicionista do Brasil, além de um dos primeiros livros escritos por uma mulher no país. A obra narra com realismo o cotidiano de mulheres negras livres e escravas no Brasil contando a história de um triângulo amoroso vivido entre Úrsula, seu tio e um jovem.

Maria Firmina dizia que tinha certeza de seu lugar na sociedade. Criada em uma interseção entre a riqueza e a pobreza, a escritora afirmava que o fato de não ter estudado na Europa, nem dominar outros idiomas, características comuns entre os homens e mulheres bem educados na época, por si só já mostrava o lugar que ela ocupava na sociedade. Segundo Firmina, mesmo sabendo do “indiferentismo glacial de uns” e do “riso mofador de outros”, não se deixava intimidar.

Em 1880, a autora teve uma iniciativa bastante à frente do seu tempo, e apesar da resistência que enfrentou da sociedade – principalmente por ser negra e mulher – fundou uma escola gratuita e mista, para meninos e meninas, sem separá-los pela cor da pele. A inauguração da escola foi um escândalo no povoado de Maçaricó, no Maranhão, o que culminou no fechamento da escola em menos de três anos.

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