quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

MONSTROS DO SILICONE

(por) EDISON BORBA

O forte calor que se abateu ontem, dia 17 de janeiro, sobre a Cidade Maravilhosa, levou-me a procurar amigos, numa mesa de bar, aqui no Humaitá, meu querida bairro. Como cantou Gonzaguinha, mesa de bar é o melhor lugar para o exercício da democracia. Todos podem expressar suas opiniões, sem constrangimento e sem que as amizades fiquem abaladas. Entre os diversos temas que “rolaram”, um dos que mais empolgou a galera de homens e mulheres foi a questão do silicone. Como o número do masculino estava equilibrado com o feminino, o tema não correu o risco de tendenciosidade. Mas, o que mais levantou a voz da galera foi a produção de “monstros” siliconados. E a pergunta que não quis calar foi: “por que uma pessoa transforma monstruosamente seu corpo em busca da beleza?”

Vaidade excessiva, egocentrismo, falta de amor próprio, infelicidade, narcisismo foram as causas mais citadas entre tantas outras, alguma até impublicáveis aqui neste espaço. Fechamos a última rodada de chope sem termos chegado a nenhuma conclusão (aliás nem era para chegar mesmo), porém uma questão eu trouxe para casa em minha cabeça e estou agora dividindo com você que está se dispondo a ler esta coluna.

O que faz uma pessoa perder a noção de si próprio e se transformar num monstro em busca da beleza? Será o mesmo transtorno mental que envolve os anoréxicos? Será, talvez, a perda da fé ou de um caminho de religiosidade capaz de os fazer pensar na obra divina que é o nosso corpo, criado por Deus?

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Um comentário:

  1. Questionamentos complexos, difíceis de responder. De pronto o que me vem a mente é a palavra infelicidade em suas múltiplas facetas, pois o monstro em que se transformam não combina com beleza. Confusões e conflitos que somente o ser humano consegue criar.
    Se não pudermos fazer nada de forma concreta por essas criaturas, tenhamos pelo menos compaixão por elas.

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