QUESTÕES PEDAGÓGICAS (por) Edison Borba
Estamos vivendo tempos de discussões, sobre a escola ser
neutra quanto a “trabalhar” alguns assuntos, entre eles a sexualidade humana. Em
1968 quando comecei a lecionar Ciências Naturais e Biologia, esta questão era
de responsabilidade desta área, pois uma das unidades do programa tratava do
corpo humano, sendo assim, a sexualidade fazia parte do nosso trabalho. Esse assunto sempre foi cercado por tabus,
havendo algumas escolas, principalmente as de condução religiosa, que proibiam
explorá-lo. Nós de Ciências e Biologia, tínhamos que driblar a programação para
não “pularmos” esse conteúdo. Porém, esse tipo de assunto, sempre dependeu da
pessoa > professor! Alguns colegas admitiam não abordá-lo, passando
rapidamente sobre o tema por sentirem-se inseguros. Outros, como eu, não
fugíamos das questões trazidas pelos alunos. Obviamente, buscando sempre ter
uma abordagem séria e que fosse realmente útil para a criança ou o jovem. Sem
dúvida é bastante difícil lecionar assuntos que são tabus na nossa sociedade. Quando ouço
“modernos educadores” falando sobre este tema, sem nunca terem pisado numa sala
de aula, percebo o quanto estão longe da realidade brasileira. É preciso
conhecer a comunidade dos alunos, sua cultura e até religiosidade. Também
tem-se que levar em conta as condições sócioculturais dos alunos e a estrutura pedagógica da escola e ter competência para não
causar mais problemas além dos que já existem. Durante anos atuando em diversas
unidades de ensino, a gravidez na adolescência sempre foi e ainda continua
sendo, um problema complexo de ser enfrentado, e a opção sexual dos alunos,
principalmente aqueles que são explícitos em suas escolhas, entre outras
situações que envolvem os alunos como seres humanos, são de difícil abordagem.
A postura do professor, deve ser de amor, respeito, carinho sem preconceito, proteção e bastante
conhecimento sobre o tema. Quem não tem preparo técnico, condições emocionais,
informações corretas e sérias sobre o assunto, o melhor é ficar em silêncio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário