quarta-feira, 14 de novembro de 2018

ASSUNTOS TABUS!

QUESTÕES PEDAGÓGICAS (por) Edison Borba

Estamos vivendo tempos de discussões, sobre a escola ser neutra quanto a “trabalhar” alguns assuntos, entre eles a sexualidade humana. Em 1968 quando comecei a lecionar Ciências Naturais e Biologia, esta questão era de responsabilidade desta área, pois uma das unidades do programa tratava do corpo humano, sendo assim, a sexualidade fazia parte do nosso trabalho.  Esse assunto sempre foi cercado por tabus, havendo algumas escolas, principalmente as de condução religiosa, que proibiam explorá-lo. Nós de Ciências e Biologia, tínhamos que driblar a programação para não “pularmos” esse conteúdo. Porém, esse tipo de assunto, sempre dependeu da pessoa > professor! Alguns colegas admitiam não abordá-lo, passando rapidamente sobre o tema por sentirem-se inseguros. Outros, como eu, não fugíamos das questões trazidas pelos alunos. Obviamente, buscando sempre ter uma abordagem séria e que fosse realmente útil para a criança ou o jovem. Sem dúvida é bastante difícil lecionar assuntos que  são tabus na nossa sociedade. Quando ouço “modernos educadores” falando sobre este tema, sem nunca terem pisado numa sala de aula, percebo o quanto estão longe da realidade brasileira. É preciso conhecer a comunidade dos alunos, sua cultura e até religiosidade. Também tem-se que levar em conta as condições sócioculturais dos alunos e a estrutura pedagógica da escola e ter competência para não causar mais problemas além dos que já existem. Durante anos atuando em diversas unidades de ensino, a gravidez na adolescência sempre foi e ainda continua sendo, um problema complexo de ser enfrentado, e a opção sexual dos alunos, principalmente aqueles que são explícitos em suas escolhas, entre outras situações que envolvem os alunos como seres humanos, são de difícil abordagem. A postura do professor, deve ser de amor, respeito, carinho sem preconceito, proteção e bastante conhecimento sobre o tema. Quem não tem preparo técnico, condições emocionais, informações corretas e sérias sobre o assunto, o melhor é ficar em silêncio. 


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