quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

QUE SAUDADE DE VOCÊ!

 
 
Escrevo no silêncio do meu pequeno apartamento. Num cantinho pouco iluminado, cercado de livros, canetas e lápis. Em frente à tela do computador, vejo surgir histórias, que meus dedos constroem com as letras do teclado. Essa rapidez, eu adquiri nas teclas das máquinas de escrever. Porém, foram os lápis que me propiciaram os momentos mais felizes da arte da escrita.
Lápis preto, borracha e apontador, tudo bem arrumado dentro do estojo. Os coloridos eram li
ndos: azul, verde, amarelo e o vermelho eram meus favoritos. Um arco iris. Risca e rabisca. Escreve e apaga. Pinta e desenha. Régua, transferidor e compasso. Retas, curvas e círculos. Esquadros, quadrados e losangos. Figuras geométricas.
Apontar o lápis rodando o apontador e ver o pó da madeira e o grafite. Experimentar a ponta na bochecha. Calo no dedo de tanto escrever. Fazer cópias de livros. Desenhar colorir. Um dia usei tinta guache. Depois foi o nanquim. Traços finos, mão firme. Pinta e colore com muito cuidado. Não deixe a folha sujar. Usar letra de mão ou então de imprensa. Tudo escrito com lápis preto.
Um dia ganhei um bicolor, de um lado vermelho e do outro azul, assim era o lápis bicolor. Lindo! Um luxo a ser exibido.
Depois as canetas, as máquinas e o computador. Eu nem preciso pensar. Tem marcador que organiza, separa letras e avisa, quando for pra consertar. Meu dicionário é o Google é nele que vou pesquisar. Mas nada é tão emocionante quanto o desenhar e o escrever com lápis e quebrar a ponta e ter que “apontar”.
Escrevendo no silêncio sonho com meus estojos e lápis. No teclado uso as letras que formam textos e histórias. Saudades do meu bicolor, dos desenhos e rabiscos, das paralelas compridas que no infinito da vida um dia irão se encontrar.
Lápis, que saudade de você!
Edison Borba

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