sábado, 21 de janeiro de 2017

Una furtiva lacrima - O amor de Antônio e Nair!



Casa de Saúde São José, Humaitá, Rio de Janeiro, Brasil, 20 de janeiro, feriado municipal em que se festeja o santo padroeiro da cidade - São Sebastião.
No quarto 619, encontra-se internado o senhor Antônio, tendo  como sua acompanhante, a esposa Nair. Juntos há mais de setenta anos, eles que já passaram dos noventa, ainda (mesmo em circunstâncias adversas), são capazes de demonstrar amor.
 
Bolo, balas e bolas feitas com luvas de borracha e pintadas pelos funcionários da Casa de Saúde, uma Equipe de homens e mulheres, os “Doutores da Alegria”, se organizaram para comemorar o aniversário da Nair.

Parabéns, cantado em coro pela alegre “turma”, que transformou o quarto do hospital, num local de risos e alegria, ocupando o espaço que poderia ser apenas de dor e sofrimento. Antônio, em seu silêncio, acompanhava a festa com seu olhar atento, deixando em alguns momentos uma lágrima, servir de mensagem, que deixava claro que ele também fazia parte da festa de sua esposa.

Por um segundo, uma frase de Nair encheu o ambiente de emoção e ternura. Debruçada sobre o leito, onde permanece o seu companheiro, ela se dirige a ele: “Você me olhando assim, eu fico cada vez mais apaixonada!”

Num centésimo de tempo, uma onda de amor se fez presente no quarto 619. Uma das enfermeiras, sob emoção, deixou escapar uma “una furtiva lagrima”, como na ária da ópera L’elisir d’amore, de Gaetano Donizetti.

E foi assim que aconteceu, eu também vi, ouvi e chorei diante de tanta beleza que é amor entre duas pessoas.

Edison Borba

 

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