quarta-feira, 30 de julho de 2014

A SOMBRA DA MORTE

       Todos os dias os noticiários apresentam através de material jornalístico a situação dos hospitais no Brasil. Este tipo de notícia não causa mais impacto na população. De tanto conviver com a sombra da morte hospitalar, já nos acostumamos a ver pacientes deitados no chão dos corredores, falta de médicos, higiene precária, doentes aguardando dias nas filas de espera, consultas marcadas numa escala de meses. Pessoas sendo tratadas como animais fazem parte da loucura que se apossou  dos hospitais públicos brasileiros. Os profissionais da saúde obrigados a trabalhar em circunstâncias de guerra. O número de pacientes que procuram atendimento médico diariamente na rede pública hospitalar no Brasil equivale aos atendidos nos conflitos em diversos países pelo mundo.       Vivemos uma guerra urbana!
Os telejornais do dia 29 de julho de 2014 mostraram uma médica descontrolada agredindo um paciente e se negando a atender uma mulher trazida pelos soldados bombeiros. Apesar da cena chocante, em que a morte protagonizou a história, a doutora desabafou: “estou sozinha para atender a mais de trinta pacientes”.
Será que esta situação, poderá justificar o desequilíbrio da profissional? Acredito ser estressante alguém ser responsável pelo atendimento de tamanho número de doentes.
De norte a sul do Brasil, as cenas se repetem e absolutamente nada é feito para minorar a situação. O projeto “mais médicos” não solucionou um problema crônico e nem curou as mazelas da saúde dos hospitais públicos no Brasil. Quem pode  paga alto pelos planos de saúde, quem não possui condições financeiras para arcar com este ônus, terá que se contentar em viver a sombra da morte.
Edison Borba

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