sábado, 25 de novembro de 2017

SEQUÊNCIA VIDA ...

(por) Edison Borba




Quando vi pela primeira vez a face da morte estava eu com dez anos
Era minha avó paterna, deitada em um caixão, parecia dormir tranquila..
Nada senti. Não chorei. Apenas brinquei. Nada entendia do que se passava.
Aos dez anos, novamente outra avó falecia. Desta vez era a materna...
Também sem nada entender, mas vendo o movimento de gente
Senti uma certa euforia, como uma festa acontecesse, na casa em que eu vivia.
Anos se passaram. Cresci.
Foi então que pela primeira vez um grande amigo perdi.
Dessa vez doeu. Não sabia explicar o que sentia, mas sabia que doía meu corpo e meu coração.
Vê-lo deitado inerte, numa caixa toda florida, senti medo, raiva e desilusão pois com ele também partia muitos sonhos, paixão, planos e alegria.
O tempo esticou-se como elástico e um dia que não consigo esquecer
Morreu um amor meu. Não sei que dor em sofri. Não sei que dor eu senti.
Fiquei pasmo, inerte, apavorado, estarrecido e entorpecido
Meu tempo parou por minutos horas dias e semanas
Como enterrar um amor? Sentir-se “assim” em desalinho!
Até encontrar novo caminho, para deixar de ser sozinho
Como se isso, possível fosse, algum dia, esquecer alguém tão íntimo
Abraçar uma nova vida, remendando o coração
Fingir que houve o esquecer, para tentar voltar, novamente a viver!
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