Às
vésperas de lançar meu livro ALMA FEMININA, reflito sobre o que
consigo escrever e sinto uma enorme inveja de Clarice Lispector.
Quando me pego escrevendo, lembro-me dela e tenho vontade de ter sido
seu amigo e ouvido diretamente dela, o que a movia e inspirava para
escrever. Penso em como gostaria de ter sido o autor de Laços de
família, A maçã no escuro, A paixão segundo G.H. ou qualquer
outro conto, romance ou poesia dessa incrível mulher.
Clarice,
nascida na Ucrânia, viajante constante pelas mãos de seus
familiares ou pelo braço do marido. Sempre angustiada e sentindo-se
culpada pela precoce morte de sua mãe e pela doença do filho mais
velho. Clarice fumante, que provocou incêndio que por pouco não lhe
causa a morte. Esses e outros informes são somados em minha memória,
reforçando a imagem da mulher inteligente, capaz de falar diversos
idiomas e nos arrebatar através da palavra escrita.
Inquieta
e sempre buscando novos caminhos, acreditando que algum fato poderia
mudar a qualquer momento a sua vida, Clarice será sempre um mistério
a ser revelado a cada leitura e releitura de suas obras. Perco-me em
suas palavras e reencontro novos significados em seus livros.
Impossível, para mim, descrever Clarice, impossível tecer qualquer
comentário sobre a sua obra. Estou realizando um sonho ao declarar
publicamente o meu amor por essa incrível artista das palavras e
pode costurá-la em minha colcha de retalhos, possibilitando que seu
nome seja conhecido por muitos que não tiveram o privilégio de ter
seus olhos deliciando-se com as obras dessa incrível mulher.
“Eu
escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa.
Não altera em nada … Porque no fundo a gente não está querendo
alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou
de outro”... Clarice Lispector
Edison
Borba
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