quarta-feira, 20 de maio de 2015

INVEJA DE CLARICE!

Às vésperas de lançar meu livro ALMA FEMININA, reflito sobre o que consigo escrever e sinto uma enorme inveja de Clarice Lispector.
Quando me pego escrevendo, lembro-me dela e tenho vontade de ter sido seu amigo e ouvido diretamente dela, o que a movia e inspirava para escrever. Penso em como gostaria de ter sido o autor de Laços de família, A maçã no escuro, A paixão segundo G.H. ou qualquer outro conto, romance ou poesia dessa incrível mulher.
Muito pouco conheço sobre Clarice, apenas informações provenientes de diversos pesquisadores. Cada um retratando-a de uma maneira especial. Portanto a sua imagem em minha cabeça é tal qual a colcha de retalhos que falo na apresentação do livro “Alma Feminina”.
Clarice, nascida na Ucrânia, viajante constante pelas mãos de seus familiares ou pelo braço do marido. Sempre angustiada e sentindo-se culpada pela precoce morte de sua mãe e pela doença do filho mais velho. Clarice fumante, que provocou incêndio que por pouco não lhe causa a morte. Esses e outros informes são somados em minha memória, reforçando a imagem da mulher inteligente, capaz de falar diversos idiomas e nos arrebatar através da palavra escrita.
Inquieta e sempre buscando novos caminhos, acreditando que algum fato poderia mudar a qualquer momento a sua vida, Clarice será sempre um mistério a ser revelado a cada leitura e releitura de suas obras. Perco-me em suas palavras e reencontro novos significados em seus livros. Impossível, para mim, descrever Clarice, impossível tecer qualquer comentário sobre a sua obra. Estou realizando um sonho ao declarar publicamente o meu amor por essa incrível artista das palavras e pode costurá-la em minha colcha de retalhos, possibilitando que seu nome seja conhecido por muitos que não tiveram o privilégio de ter seus olhos deliciando-se com as obras dessa incrível mulher.

Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada … Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro”... Clarice Lispector


Edison Borba

Nenhum comentário:

Postar um comentário