terça-feira, 5 de maio de 2015

MÃE? SÓ TEM BRANCA!

Nestes dias que antecedem ao domingo, 10 de maio, quando será comemorado o Dia das Mães, os shoppings e as lojas de diversos produtos embarcam em propagandas usando páginas de jornais e revistas. Nas diversas emissoras de rádio e de televisão, uma grande quantidade de comerciais, invadem nossas vidas.
Após algumas horas ouvindo e vendo as diversas propagandas de roupas, sapatos, joias, relógios, perfumes, utensílios para o lar entre outros produtos que poderão se transformar em presentes, me dei conta que mãe, só tem branca!
Não foi possível identificar nenhuma mulher negra, anunciando qualquer tipo de produto. Num país miscigenado como o Brasil, esta situação deixa transparecer uma forma velada de preconceito. Pelos comerciais, as mães do Brasil, nascidas entre Oiapoque e o Chuí, possuem pele clara e cabelos louros, em algumas pode-se observar cabelos castanhos ou escuros, mas no caso da pele, não existe, aqui neste país sul americano, mães de pele negra.
Infelizmente, os empresários ainda não perceberam que existe uma grande parcela de homens e mulheres, que possuem cartão de crédito, conta bancária, cheque especial entre outros veículos que funcionam como moeda, são afro descendentes.
                                                                                                 
É constrangedor, assistir horas e horas de comerciais, entrarmos em shoppings e lojas e não conseguirmos identificar nenhuma propaganda, foto ou poster com modelos de pele negra.
Que vergonha!
No Brasil, ainda convivemos com a discriminação disfarçada, que tenta relegar a um segundo plano, uma grande parcela da população que trabalha para manter este País como Nação forte e produtiva e que também comparece aos mercados, lojas e shoppings gastando, comprando e consumindo os produtos anunciados.
Como a relação mãe e filho é algo inseparável, no Brasil, não existem bebês de pele negra, como consequência da não existência de mães com ancestralidade africana.
Até quando vamos conviver com tanta ignorância?


Edison Borba

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