sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

QUANDO SE MORRE


-(por) Edison Borba

Morre-se em vida com medo da morte
Morre-se por desgosto de não ter mais gosto
Morre-se de melancolia entre suspiros e desalentos
Quando se morre os rios secam e os pássaros emudecem
As flores murcham e o sol se apaga
Os ideais e as ideias se esvaem
As lágrimas secam e os encantos se perdem
Quando se morre há um infinito esquecimento
Um doloroso apagar das mentes dos amigos e dos amores
Morre-se de desencanto por não sentir mais encantos
Nos cantares deste mundo
Morre-se de cansaço de amargura e desventura
Morre-se quando não há mais ternura
Morre-se de tédio, por não encontrar mais remédio
Para combater solidão
Morre-se todos os dias, todas as noites quando se espera
Morre-se pouco a pouco de saudade
Morre-se nas partidas e nos sonhos que não foram repartidos
Morre-se para desperdiçar a vida
Vagarosamente como o sol poente
Que se vai afogar nas águas profundas dos oceanos
Assim também morremos, descansamos, esquecemos
Mergulhando a cada dia no mais profundo prazer que é viver!
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