(por) Edison Borba
E o silêncio se fez! Os
gritos do 5º andar cessaram. Não se ouvirá mais lamentos. No edifício se fez silêncio, um mortal
silêncio. O que nos incomodava e até irritava, silenciou! Acabou! Morreu! Sim!
A angustiada mulher do andar cinco, se calou para sempre. Seu corpo foi
encontrado inerte entre a cama e a parede. Olhos entreabertos e, de seus lábios
havia ainda uma sensação de quem pedia socorro. Suas lembranças, suas visões,
seu tormento e seu sofrimento, acabaram. Um sentimento de culpa tomou conta de
nós que habitamos o prédio, ninguém jamais a socorreu (incluindo eu). Houve
bombeiros, polícia, médicos e até socorristas mas nenhum amor chegou para ela
sob a forma de um abraço. Adeus vizinha do quinto andar! Desculpe pela nossa
inércia e o nosso medo. Essa noite houve um silêncio assustador nos corredores
do nosso antigo prédio. Faltaram seus gritos, seus apelos e a sua voz. Restou
uma imensa dor em cada morador que nunca conseguiu entender a sua grande dor.
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