quarta-feira, 1 de maio de 2019

SAUDADE DO LADRÃO DE GALINHAS


(por) Edison Borba


Houve tempo que a maior ameaça às famílias, era o ladrão de galinhas. Aproveitando a distração dos “guardas noturnos”, que circulavam pelas ruas da cidade, usando apitos para avisarem de sua presença, as “penosas” eram alvos constantes dos meliantes. Era época que malandro frequentava os botequins, usava calça branca e quando brigava, era no “mano à mano”. Os grandes roubos eram apenas retratados pelo cinema ou nas radionovelas e os políticos gozavam de “alguma” credibilidade. Se havia desvio de verbas, era discretamente  e  não chegava ao conhecimento da população. Partido político era igual a time de futebol, não dava para trocar.
Os tempos mudaram, a tecnologia sofisticou a nossa vida e também o crime. Hoje os ladrões são democraticamente eleitos pelo povo e são delicadamente chamados de corruptos. Outros se fantasiam de milícianos e trocam tiros com os traficantes à qualquer hora do dia ou da noite. Que saudade dos ladrões de galinha, cujo objetivo era conseguir para o almoço de domingo, uma galinha, para fazer um ensopado com batata e comemorar com os amigos, bebendo muita cerveja gelada.

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