Em 1915, numa cidade do estado do Rio de Janeiro, nasceu uma
menina que foi batizada como Conceição, pelo dia do seu nascimento, 8 de
dezembro. Conhecida como Zefa pelos familiares e amigos e registrada (depois de
adulta) como Hilda, nome que ela mesma escolheu ou simplesmente mamãe, minha
mãe.
Sua trajetória neste planeta passou pelas águas do rio Doce,
em Cachoeiro do Itapemirim, pelos manguezais de Vitória (ES) onde foi catadora
de caranguejo. Operária das fábricas de tecido e de chapinhas, aqui no Rio de
Janeiro, ela cresceu entre seus 16 irmãos, dos quais ela era a mais nova.
Dotada de grande facilidade de expressão, mesmo com pouca
instrução escolar, foi a primeira
feminista que conheci. Inimiga das injustiças sociais, não aceitava
discriminações. Criou seus três filhos sob valores da justiça e dos direitos
humanos. Lutou muito por sua família e amigos. Amava e cantava repertório de
Dalva de Oliveira. Sempre defendeu os direitos da mulher, “naqueles tempos”,
ela já possuía um discurso e atitudes de “empoderamento”
Nasceu e viveu fora do seu tempo! Cedo, adoeceu e morreu!
Porém nos deixou um grande legado de sonhos por uma Pátria melhor!
Dona Zefa! Ainda lembro dos seus cantares, enquanto lavava
roupa (muitas roupas) e as colocava para secar no varal. Lençóis branquinhos
como as nuvens do céu, onde ela está morando.
Mamãe eu peço a sua benção para seus filhos, netos e bisnetos!
******EDISON BORBA
Nenhum comentário:
Postar um comentário