(por) Edison Borba
“Se
conselho fosse bom, não se dava, se vendia!” - Essa é uma
observação bastante conhecida, e mesmo assim, continuamos a
distribuir conselhos gratuitamente. Mas o que vem a ser
verdadeiramente um conselho? Conselho é o mesmo que opinião? Quando
opinamos numa determinada questão, essa opinião já não equivale a
um conselho?
Creio
que a diferença está na seriedade da nossa resposta a uma consulta
feita por alguém. Quando damos uma opinião, ela não segue
acompanhada de nenhum compromisso, é uma resposta seca e sem
envolvimento. Porém, quando nos arvoramos a dar um conselho, existe
uma preocupação com a pessoa que nos solicitou. Demonstramos
interesse e cuidados no sentido de que tudo possa ser resolvido da
melhor maneira possível. Existe no conselho uma relação de afeto e
carinho. Ninguém irá se preocupar em dar um conselho se não
estiver realmente preocupado com quem o solicitou.
O
interessante e também complexo, nessa questão de conselho e de
opinião é, que na maioria das vezes, quem nos solicita algo assim,
já possui uma decisão na cabeça. O pedido é apenas para dar à
sua consciência uma dose de sonífero, para que ela, sinta-se
confortável, sabendo que a decisão, que já havia sido tomada,
recebeu um adendo, isto é, um anexo que permite ao consulente ficar
em paz com ele mesmo, afirmando: “eu pedi a opinião do fulano ou
eu solicitei o conselho do sicrano”.
Dificilmente
um conselho ou uma opinião são seguidos à risca de quem os deu.
Normalmente o consultor apenas queria confirmar seus desejos ou então
reafirmá-los negando o que lhe foi oferecido.
É
difícil encontrarmos alguém que siga à risca um conselho ou uma
opinião. Falo por mim mesmo!
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