quarta-feira, 26 de junho de 2019

NO TEMPO DA VOVÓ - AS SACOLAS!


 por Edison Borba
Quando eu era criança pequena lá em Inhaúma, mamãe e vovó tinham uma coleção de sacolas para as compras na feira e no armazém do “seu” Domingos, um português simpático, marido de dona Brandina. Haviam diversos tipos de sacolas: mais resistentes para as compras pesadas, um cestinho de vime, preferencialmente para ovos e verduras. Algumas eram feitas de retalhos. Lindas! Coloridas como um arco iris! E também as de pano bordadas por minha mãe!
A feira acontecia aos domingos nas ruas próximas à Igreja de São Thiago, que ficava a uma distância considerável da nossa casa. Mamãe, vovó, meu irmão e eu, cada um de nós tinha a sua sacola! Meu irmão Cesar, cansado de caregar bolsas de feira, resolveu construir um carrinho de rolimã. Que invenção fantástica! Ele, conseguiu transformar as caminhadas até as barracas da feira em um lindo passeio. Continuávamos a levar as sacolas, para separar as compras. Frutas, cereais, doces, ovos, frango (vivo) e os demais produtos necessários, como sabão em barra, anil, goma, cera além de outras necessidades domésticas. As sacolas eram arrumadas no carrinho que deslizava suas rodinhas fazendo um lindo barulho pelas ruas “inhaumenses”.


Nessa época, a natureza acordava feliz, o tal de plástico ainda não havia chegado no nosso bairro. Tudo era embrulhado em papel, de diversos tipos, conforme o produto. As sacolas iam e vinham e duravam anos, como também os rios, os animais, os lagos e o verde.
Hoje, dia 26 de junho de 2019, fala-se em proibir as sacolas de plástico, portanto vamos ter que retroagir no tempo e voltarmos a usar as sacolas da vovó, o que comprova a tese que nem tudo que é moderno é bom para o homem e para o seu habitat. Para mantermos o que ainda restou das belezas que Deus nos deu, o paraíso chamado Terra, vamos ter que abrir mão de muitos itens e não apenas as sacolas! Temos que nos EDUCAR!
Vamos entrar nessa luta?

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