quinta-feira, 4 de julho de 2019

AS DUAS PONTAS


(por) Edison Borba



A nossa vida está escrita entre duas pontas, uma que corresponde ao dia da nossa concepção e a outra que se estabelece quando morremos. Entre elas está o que chamamos de viver. Ainda no útero da nossa mãe, iniciamos a caminhada. Durante nove meses vivemos abrigados num paraíso protegidos e alimentados sem termos necessidade de lutarmos para sobreviver. No momento que respiramos por nossa própria conta, usando nossos pulmões se inicia a luta para manter as reações vitais. Importante lembrar que a nossa caminhada será solitária, mesmo que tenhamos amigos, amor, carinho ao nosso redor, a linha é nossa e caminhamos sobre ela absolutamente sozinhos. À medida o tempo passa, vamos conquistando, realizando, construindo e ao mesmo tempo a linha vai se encurtando. Interessante que mesmo diante dessa verdade, alguns de nós ainda vivem como se o final da linha nunca chegasse. Há, os que se “acham” imortais e inatingíveis. Eles não percebem o gradativo encurtamento da vida, e que ao se chegar ao seu final, o que realmente vai valer será a forma como caminhamos nessa corda bamba. Conquistaremos uma lápide, onde estará escrito um nome e duas datas, que correspondem às extremidades da nossa linha: uma estrela e uma cruz. A estrela anunciando a nossa chegada, que sempre vem cheia de esperança e a na outra haverá uma cruz, nada além de uma cruz, significando que só conseguimos carregar a nossa própria cruz, nada mais que isso! Nada! Nada!




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