(por) Edison Borba
Quando Cabral, o Pedro, aqui chegou em 1500, dizem que houve um troca troca entre os portugueses e os nativos. Toma um espelhinho e eu te dou uma mandioca. E assim, naquele momento ficou declarado que a nova Terra seria o paraíso do “toma lá dá cá”. O tempo passando e todo mundo trocando. Reis, rainhas, príncipes, princesas, vassalos e o povo todos numa orgia imperial. Veio a república e nada mudou, ou melhor se institucionalizou. Com a chegada da democracia, a coisa se tornou tão comum que ninguém mais achava estranho, porque com a criação dos partidos, virou moda um senador trocar com um deputado. Um vereador barganhar com o prefeito. As Câmaras se transformaram num grande mercado onde a moeda é o poder. Troco dois votos por um assessor! Um leilão infernal! Tenho um cargo mas preciso de cinco parlamentares votando a favor. E foi assim, que muitos e muitos presidentes conseguiram ficar anos e anos no governo, sempre garantindo seu lugar na cadeira, mantendo atualizado o sistema do troca troca, instituído por Lei em 1500. E, finalmente, em 2019, o sistema tornou-se "patentiado" por grandes empresários e até com chancela mundial. Assim, o troca troca, firmou-se no Brasil e o sistema do toma lá dá cá definitivamente legalizado, possibilitando que uma grande reforma fosse aprovada! Quem dá mais! Gritava o leiloeiro! Tudo acontecendo dentro da maior “legalidade” possível. Todos os partidários, isto é, homens e mulheres dos partidos, foram para casa sorridentes ganhando cada um, uma fatia do bolo. Agora, é hora de se empanturrarem com as delícias governamentais. E o povo? Que povo?
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