sexta-feira, 5 de julho de 2019

MORREU DE PROPÓSITO!


(por) Edison Borba


Diariamente nos telejornais, nos noticiários radiofônicos e nos textos de jornais encontramos esse tipo de observação: “a vítima não resistiu e morreu”. Fica para o leitor e ouvinte a sensação de que o ferido, propositalmente, não resistiu, e ao morrer prejudicou o bandido.  Resistir é uma obrigação do “doente”, o ferido tem a obrigação de lutar para se manter vivo, e não criar mais problemas para os meliantes.
Sugiro aos jornalistas que ao relatarem um crime, dispensem o “não resistiu” e usem: “a vítima morreu!” Dessa forma, fica claro que houve um assassinato! E ponto final!
Existem alguns vícios, muito comuns nas matérias jornalísticas, que não consigo entender. Apesar de saber que temos que respeitar um padrão ético a ser seguido pelos informativos, já é hora de revermos a linguagem usada, que permanece, mesmo com o grande avanço tecnológico. Outra questão interessante são as entrevistas concedidas aos criminosos, que se tornam famosos pelos atos que cometeram. Alguns debocham da sociedade, riem e fazem escárnio. Criminoso não merece entrevista!
Quando os jornalistas conversam com algum parente ou amigo da vítima, o relato acontece em torno da beleza e bondade do morto. A dor e as lágrimas são colocadas em primeiro plano e nada é perguntado que possa ajudar à polícia na solução da tragédia.
Volto a afirmar, que sei das regras que norteiam o trabalho dos profissionais da imprensa, mas diante de tanta modernidade, já está na hora de se discutir as novas formas de fazer jornalismo.
Não resistiu! Morreu de propósito só para prejudicar o bandido! Assim é demais!


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