(por) Edison Borba
Diariamente
nos telejornais, nos noticiários radiofônicos e nos textos de
jornais encontramos esse tipo de observação: “a vítima não
resistiu e morreu”. Fica para o leitor e ouvinte a sensação de
que o ferido, propositalmente, não resistiu, e ao morrer prejudicou
o bandido. Resistir é uma obrigação do “doente”, o
ferido tem a obrigação de lutar para se manter vivo, e não criar
mais problemas para os meliantes.
Sugiro
aos jornalistas que ao relatarem um crime, dispensem o “não
resistiu” e usem: “a vítima morreu!” Dessa forma, fica claro
que houve um assassinato! E ponto final!
Existem
alguns vícios, muito comuns nas matérias jornalísticas, que não
consigo entender. Apesar de saber que temos que respeitar um padrão
ético a ser seguido pelos informativos, já é hora de revermos a
linguagem usada, que permanece, mesmo com o grande avanço
tecnológico. Outra questão interessante são as entrevistas
concedidas aos criminosos, que se tornam famosos pelos atos que
cometeram. Alguns debocham da sociedade, riem e fazem escárnio.
Criminoso não merece entrevista!
Quando
os jornalistas conversam com algum parente ou amigo da vítima, o
relato acontece em torno da beleza e bondade do morto. A dor e as
lágrimas são colocadas em primeiro plano e nada é perguntado que
possa ajudar à polícia na solução da tragédia.
Volto
a afirmar, que sei das regras que norteiam o trabalho dos
profissionais da imprensa, mas diante de tanta modernidade, já está
na hora de se discutir as novas formas de fazer jornalismo.
Não
resistiu! Morreu de propósito só para prejudicar o bandido! Assim
é demais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário