Nove jovens abatidos, na batida do funk
Juventude brasileira, sem eira nem beira
Gente que não é percebida
Gente que vai e vem, sobre e desce
E não aparece, pois não constam nas listas
Não são capas de revista
São indigentes!
Essa gente se reúne e num repente
Lançam seus corpos num ritmo eletrizante
Eles dançam o funk. Eles são o funk
Num ritmo alucinante eles são brilhantes
Se movimentam gastando energia
Numa folia dantesca, grotesca
Dos que nada mais tem a perder
Vida difícil! Trabalho ingrato!
Salário de fome e medo dos "home"!
Era um domingo dia de pancadão
E lá se foram o jovens para o bailão
E chegam os home, de arma em punho
Quebrando o ritmo, mudando a canção
O povo vira gado! E gado a gente mata!
Encurrala atira e mata! A manada é imensa
Nove são abatidos. Pisoteados e espremidos
Morem como viveram comprimidos e oprimidos
Suas famílias choram! Pedem justiça e gritam
Enterram seus mortos e esquecem
Amanhã tem pancadão! Tem mais funk! Tem bailão!
Mais meninos e meninos seus corpos irão balançar
Vão dançar e até sonhar que um dia alguém poderá
Fazer tudo isso mudar!
Vale a pena sonhar, rezando para não acordar
Caído num beco ou viela dos muitos que existem
Na sua "gloriosa" favela!
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