Voltando da Misso de Sétimo Dia de uma amiga, cujo corpo foi cremado, fiquei matutando a questão do pó vieste ao pó retornarás. Nunca essa observação foi tão verdadeira! Há quinze dias nos vimos no teatro e, entre abraços calorosos e promessas de um chopinho, trocamos deliciosas promessas. Ela alegre (como sempre), transformou o nosso rápido encontro numa comemoração. Nos despedimos com as famosas promessas de ligarmos para marcar (de verdade) um chopinho ou um café, num barzinho para jogarmos conversa fora sem hora de terminar. Alguns dias depois, estava eu e muitos outros companheiros, numa igreja assistindo a um ritual, onde sobre um pedestal próximo ao altar, uma caixinha continha o que restou da minha amiga de cabelos vermelhos.
Que misteriosa é a nossa existência! Somos cidadãos, com documentos que assim o comprovam. Temos um corpo, que pode ser abraçado. Temos um cérebro que pensa e nos leva a agir. Olhos de ver, boca de falar, ouvidos de escutar e numa fração de segundos nada mais somos. Ficamos reduzidos a um punhado de pó, que cabe dentro de uma pequena caixinha. Sumimos! Desaparecemos! Apenas as fotos é que poderão comprovar a nossa existência nesse planeta. Somos efêmeros! Somos mistério! Viemos do pó e nos tornaremos pó! Aproveitemos (pois) essa dádiva tão maravilhosa e tão rápida sendo essencialmente AMOR!
Nenhum comentário:
Postar um comentário