O ato de aprender é
intuitivo e genético nos seres humanos. A princípio, é preciso
aprender para sobreviver. O instinto de preservação nos transforma
em aprendiz. Uma força interna nos impulsiona para as primeiras
atitudes que irão garantir a nossa existência. Para cada nova
aprendizagem, as recompensas surgem e com elas o prazer, que nos
estimula a buscar cada vez mais e mais e a lutar pela manutenção da
vida.Quando chegamos ao
período escolar, somos “obrigados” pelas Leis, à nos
submetermos ao ensino formal. Esse momento é de vital importância
para que continuemos a sentir o prazer do aprender. Apesar das regras
impostas por esse tipo de aprendizagem, é necessário que haja
prazer em recebê-lo. O conhecimento, imposto pela estrutura formal
da pedagogia escolar, não pode deixar de estimular a vontade de
aprender, mantendo a fome do saber, sempre acesa, sendo saciada
gradativamente, e nos proporcionando prazer. À medida que a educação
formal nos alimenta ela precisa nos provocar mais fome, de tal forma
que a busca pela saciedade não se faz apenas nas salas de aula. É
necessário que os aprendizes busquem saberes em museus, teatros,
livros, cinemas, na comunidade e na sua casa. O conhecimento passa a ser conseguido em qualquer
espaço, e precisa tornar-se uma necessidade constante e insaciável.Quanto mais aprendemos,
mais vontade temos de aprender e apreender o novo e transformá-lo em
mais vontade, a tal ponto que precisamos dividir esse saber. Ler,
escrever, contar e cantar, dividindo o que foi aprendido é a forma
de alimentar outros seres e mantermos a nossa história viva.Todo esse ciclo é
provido pelos mestres e suas formas de trabalhar. As atividades
escolares devem ser lúdicas, e estimular os alunos a mergulhar pelo
mundo de aventuras, pelo mundo do conhecimento. As metodologias
precisam ser diversificadas provocando a vontade de
descobrir cada vez mais. Aprender é um ato desafiador que vai além
dos muros escolares. Os múltiplos
universos, que se entrelaçam nas classes, transformam a arte de
ensinar num jogo de satisfação, onde o educando nunca se cansa de
beber das fontes culturais num movimento constante de prazer, onde o
ato de ensinar e o de aprender se mesclam numa roda viva que
transcende ideologias para dar lugar apenas a arte de ensinar e o
prazer de aprender.
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