quinta-feira, 17 de outubro de 2019

ENSINAR E APRENDER / ARTE E PRAZER

 (por) Edison Borba


O ato de aprender é intuitivo e genético nos seres humanos. A princípio, é preciso aprender para sobreviver. O instinto de preservação nos transforma em aprendiz. Uma força interna nos impulsiona para as primeiras atitudes que irão garantir a nossa existência. Para cada nova aprendizagem, as recompensas surgem e com elas o prazer, que nos estimula a buscar cada vez mais e mais e a lutar pela manutenção da vida.Quando chegamos ao período escolar, somos “obrigados” pelas Leis, à nos submetermos ao ensino formal. Esse momento é de vital importância para que continuemos a sentir o prazer do aprender. Apesar das regras impostas por esse tipo de aprendizagem, é necessário que haja prazer em recebê-lo. O conhecimento, imposto pela estrutura formal da pedagogia escolar, não pode deixar de estimular a vontade de aprender, mantendo a fome do saber, sempre acesa, sendo saciada gradativamente, e nos proporcionando prazer. À medida que a educação formal nos alimenta ela precisa nos provocar mais fome, de tal forma que a busca pela saciedade não se faz apenas nas salas de aula. É necessário que os aprendizes busquem saberes em museus, teatros, livros, cinemas, na comunidade e na sua casa. O conhecimento passa a ser conseguido em qualquer espaço, e precisa tornar-se uma necessidade constante e insaciável.Quanto mais aprendemos, mais vontade temos de aprender e apreender o novo e transformá-lo em mais vontade, a tal ponto que precisamos dividir esse saber. Ler, escrever, contar e cantar, dividindo o que foi aprendido é a forma de alimentar outros seres e mantermos a nossa história viva.Todo esse ciclo é provido pelos mestres e suas formas de trabalhar. As atividades escolares devem ser lúdicas, e estimular os alunos a mergulhar pelo mundo de aventuras, pelo mundo do conhecimento. As metodologias precisam ser diversificadas provocando  a vontade de descobrir cada vez mais. Aprender é um ato desafiador que vai além dos muros escolares. Os múltiplos universos, que se entrelaçam nas classes, transformam a arte de ensinar num jogo de satisfação, onde o educando nunca se cansa de beber das fontes culturais num movimento constante de prazer, onde o ato de ensinar e o de aprender se mesclam numa roda viva que transcende ideologias para dar lugar apenas a arte de ensinar e o prazer de aprender.


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