Quando eu era criança pequena lá em Inhaúma, eu e meus irmãos além da criançada da vizinhança, fomos acometidos por sarampo, catapora, coqueluche e outras doenças, que naquele tempo, eram chamadas de "doenças infantis". As mães colocavam seus filhos em contato com os adoecidos para "pegar" a doença e resolverem o problema. Vacina? Ainda não havia, além da (para) varíola. Mas, isso é coisa da antiga! O que eu estou pensando é na evolução científica, que nos trouxe grandes antídotos, remédios e tratamentos, e nos ajuda a vencer sérios males da humanidade. Porém, existe algo que me preocupa: a evolução humana profissional. Lá pras bandas de Inhaúma, havia alguns médicos que cuidavam das famílias. Lembro-me do Dr. Vatinho, que tinha consultório numa farmácia no Méier; o Dr. Medeiros Chaves em Madureira e um outro em Pilares, que não recordo o nome. Durante a consulta o auscultamento era feito com o médico colocando a "orelha" nas costas do paciente. O pulso era segurado carinhosamente enquanto conversavam com o paciente ou o acompanhante. Examinavam nossos olhos, pele e, deitados numa cama o doutor examinava a nossa barriga. Era tudo feito com carinho, cuidado e cautela. Saíamos do consultório para aviar a receita. Foi dessa forma que todos nós sobrevivemos. Hoje, quando chegamos para uma consulta, somos presenteados com uma dezena de pedidos de exames laboratoriais. Dificilmente sobra tempo para um contato mais humano entre doutor e paciente, que é "coisa da antiga". Os tempos são outros e, sem dúvida, mudamos para melhor. Hoje os sofisticados recursos são mil vezes melhores e, muitas vidas são poupadas graças ao avanço tecnológico e científico. Porém, a humanização dos serviços de saúde, talvez necessitem de um repensar nos cursos que formam profissionais. Aliar alta tecnologia, avanços científicos com mais humanidade, carinho e amor entre doutores é pacientes "NÃO" é coisa da antiga!
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