quarta-feira, 8 de maio de 2013

FIGURINHA REPETIDA

            Nada há de pior para um colecionar, do que a figurinha repetida. A coleção não fica completa, porque falta apenas uma, a considerada difícil, enquanto, algumas se repetem “repetidas” vezes. Isso passa a ser   o tormento do colecionador. A cada envelope comprado e aberto, lá está à figurinha repetindo-se, atormentando a paciência do colecionador que irá esperar mais um pouco, por uma figurinha diferente, a que vai lhe trazer alegria, completando definitivamente o seu álbum.

Uma das situações mais desagradáveis na vida é a repetição.

Chico Buarque, numa inspirada letra, cantou a rotina conjugal:

 todo dia ela faz, tudo sempre igual/ me acorda às seis horas da manhã /  me sorri um sorri pontual e me beija com a boca de paixão”.

À noite a mulher repete o ritual esperando o companheiro quando volta do trabalho às seis horas da tarde. Essa rotina pode vir a ser a destruição do casamento.

A falta de inspiração no mundo dos comerciais, reclames e anúncios,  está dando sinais evidentes que precisa de ajuda. Algumas “figurinhas” do mundo teatral, futebolístico e musical, além das que possuem algum atrativo, como um bumbum siliconado,  repete-se exaustivamente diante dos olhos dos telespectadores.

É um tormento ver a mesma cara, ouvir a mesma voz em diferentes anúncios em diversas emissoras de televisão, às vezes no mesmo horário. Na tentativa de forçar os cidadãos a comprar cerveja, sapatos, celulares, viagens além de outras tranqueiras.

Não dá mais para aguentar a mesma pessoa tentando  convencer a comprar um telefone e ao mesmo tempo uma viagem de turismo. Adquirir um absorvente íntimo, perfumes ou uma caixinha de leite para bebê.

Num país, extremamente diversificado, com pessoas dos mais variados tipos, temos que suportar as mesmas figurinhas?

Sabe-se que, são cidadãos da mídia, pessoas que em função de seus talentos vocais ou atléticos, hipoteticamente são amados pelo povão, mas também é uma demonstração da falta de talento e criatividade das agências de propaganda.

 Forçar a população à comprar algo pelo conselho de uma figura repetidamente apelativa é falta de talento e  criatividade.

Não adianta mudar de canal, eles estão em todos, é como praga. É a maldição da propaganda pouco inspirada e que funciona como a “empurroterapia”, muito comum nas farmácias.

Para aumentar a nossa angústia, estamos sendo ameaçados pela maldição partidária. Aos poucos, os vampiros da política estão voltando a ameaçar às nossas vidas. Exibindo belos sorrisos e travestidos com mantos de bondade, eles já estão atacando.

Precisamos ficar atentos para não comprar gato por lebre, seja num comercial de artigos para o lar ou então para não votar num lobo, que depois de sentar na cadeira política, irá devorar a avozinha e o chapeuzinho vermelho.

Esses últimos são perigosos, porque após “comprados” a durabilidade deles é longa, não há como devolver ao fabricante e o nosso dinheiro, eles irão pegar e jamais haverá devolução.

Quando chegar a hora de comprar, isto é, de VOTAR temos que cuidar de evitarmos as figurinhas repetidas. Elas, irão repetir todas as atitudes anteriores e não haverá como reclamar ou devolver o produto.

Atenção! Não vamos comprar produtos sem sabermos a procedência. Esse alerta também vale para a eleição. Candidatos com defeito não devem ser colocados nas urnas. Diga não aos produtos estragados e principalmente os piratas, isto é, ladrões.

Na hora de votar examine o produto. Veja se é de boa qualidade, se tem um componente ético em sua formação.

Vamos descartar  figurinhas repetidas. Algumas, estão, há muitos anos grudadas em nossos “álbuns” e nunca fizeram nada para completar a coleção!

 Edison Borba

 

 

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