quinta-feira, 2 de maio de 2013

LAMENTO DE MÃES

            Senhora  Josefa Aparecida, chorava mais uma  vez a perda de um filho. Durante o velório de Fernando Guerreiro Abdalla, de 29 anos,  assassinado em São Paulo, dia 30 de abril de 2013. Há seis anos, seu irmão Sergio Guerreiro Abdalla, também foi assassinado, com três tiros. Nenhum dos bandidos foi preso, o lamento de mãe que enterra dois filhos, mortos por assassinato é impossível de descrever. Ela que ainda sente a dor pela perda de um filho, agora perde mais um, para ladrões inescrupulosos.
Também em São Paulo, outra mãe, lamenta a perda de sua filha Monique de 13 anos. A menina morreu atropelada por um jovem de 17 anos, que dirigia um automóvel roubado em alta velocidade. Ao fugir da polícia, perdeu a direção bateu em vários carros atropelou e matou Monique.
Dona Lúcia, em desespero, abraçada ao caixão da filha, lamentando a terrível perda, em prantos, falou: “- não dá para continuar a deixar, maltratarem  nossos filhos! Onde está a lei para esses menores? Onde está a lei? Eles estão tomando conta do Brasil! Onde está a justiça? Não sei de onde estou tirando forças para aguentar? Um assassino tirou a vida da minha bebê! Minha filha está morta e ele, por ter 17 anos ficará livre!”
Duas mães em desespero diante da morte de seus filhos. Não consigo imaginar o tamanho dessa dor. Dizem que não há nada pior do que enterrar um filho.  Não é apenas a morte de uma pessoa, de um cidadão qualquer, é um filho.  Morre  junto com ele   os sonhos, os cuidados, a gestação, as alegrias, as esperas, os abraços, os carinhos a família, o futuro e a esperança de continuar vivendo.
Como preencher o vazio? Como  ficar esperando à volta do trabalho ou da escola? Como  entrar no quarto vazio e ver uma cama que nunca mais será desfeita? O que fazer com a roupa ainda por lavar e que guarda o cheiro do filho morto?
Que o lamento dessas duas mães, possa sensibilizar nossos políticos e autoridades, no sentido de reverem as leis e os códigos penais usados no Brasil. A polícia prende e a justiça liberta. Os juízes afirmam que estão agindo segundo o que consta no código penal. Enquanto essa discussão permanece, outras mães irão lamentar a perda de seus filhos.
No segundo domingo de maio, quando comemoramos o dia das mães, quem terá coragem de abraçar Dona Josefa e Dona Lúcia?
Edison Borba
 
 

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