segunda-feira, 6 de maio de 2013

VIVENDO NA MISÉRIA

         O evento “Abaixo da Linha”, que surgiu na Austrália, em 2010, criado por alguns jovens em diversos países, chegou ao  Brasil. O movimento é  interessante e pelo menos provoca reflexões sobre a fome.
No Brasil, cerca de 600 mil famílias, vivem em pobreza extrema, com renda mensal per capita de até 70 reais mensais. Esse dado foi divulgado pelo governo federal.
No mundo o número de miseráveis ultrapassa a casa dos milhões. Importante lembrar que as pessoas que se encontram nesse estado de miséria, não passam apenas fome alimentar. O seu universo é todo miserável. O que torna esses indivíduos incapazes até de  reivindicar seus direitos assumindo uma postura passiva e de  subserviência.
O movimento aqui no Brasil,  propõem gastar até R$3,30 por dia, pelo menos por uma semana, para que haja no participante a sensibilidade, pelo menos da fome alimentar.
Os engajados no evento criaram metodologias para sobreviverem com tão baixo orçamento. As opções por verduras, frutas e legumes, se juntarem para comprar em grupo foram alternativas que ajudaram a amenizar o desconforto da fome.
Mesmo assim, houve depoimentos de mau humor, dor de cabeça, dificuldade de concentração e abandono do experimento após um dia de tentativa, sem resistência física e psicológica para continuar.
Importante lembrar, que os participantes da experiência, possuem organismos estruturados por uma boa alimentação desde a infância, portanto a sensação é diferente daquela sofrida pelos verdadeiramente miseráveis.
Porém, isso não invalida a proposta. Pelo menos, alguns valores são reavaliados, como o da jovem que ao ver uma mulher jogando no lixo um sanduíche, pensou que ela poderia estar comendo o que foi desperdiçado. Essa consciência de não desperdício precisa ser desenvolvida desde a infância, não só pelas questões da fome atual, mas o que irá acontecer com o mundo nos próximos milênios caso não haja uma séria campanha sobre o desperdício.
Assistindo matérias jornalísticas sobre a seca nordestina, temos uma ligeira noção do que significa miséria. Numa casa, uma mulher, mãe de nove filhos, declarou o rodízio alimentar. O feijão com farinha (quando tem) é dado aos filhos alternadamente. Preferencialmente para os mais novos. Essa, e outras situações, foram apresentadas, por pessoas cansadas de viver. Nenhuma delas, reclamou, lamentou ou apontou culpado. Tudo é entregue nas mãos de uma força superior que eles chamam de Deus.
O filme “Quem Quer Ser um Milionário” trouxe para as telas o impressionante e miserável mundo indiano. As cenas do terremoto no Haiti  trouxeram à tona a grande carência daquela população. Alguns países da África vivem em condições subhumanas há muitos anos.
O evento “Abaixo da Linha” deveria ser mais divulgado e quem sabe, ser um processo obrigatório para os nossos políticos. Porém com algumas mudanças, como: - o período seria de três meses (no mínimo); - os participantes seriam vigiados por 24 horas por pessoas idôneas; - eles ficariam morando em habitações com as mesmas carências daqueles que vivem em condições precárias (água tirada da cacimba, luz de lamparina, fogão a lenha, cama de palha). Receberiam setenta reais, no máximo, por mês. Só teriam direito a candidatura a senador, deputado, vereador e até quem sabe à presidência da republica federativa do Brasil os que concluíssem o curso sobre, como sobreviver na miséria.
Será que teríamos candidatos?
Gostaria de vê-los ou vê-las demonstrando patriotismo!
Duvido e aposto: não teríamos nenhum candidato!
Alguém tem dúvidas?
Quem quer apostar?
Edison Borba
 
 

 

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