domingo, 19 de maio de 2013

FINAL DE NOVELA (S)

         Duas novelas chegam ao fim. Uma no canal que mantém a audiência. A outra num canal, que sobe e desce nas pesquisas.
Não fosse o poder de uma das emissoras,  uma nítida preferência dos jornalistas e problemas de horário o resultado da audiência poderia ter sido diferente.
Fazendo uma observação isenta de preferências, acredito  que foram duas novelas que seguiram caminhos opostos.
“Salve Jorge” começou iluminada por refletores e “glamour”, assinada e estrelada por grandes nomes. Uma lista interminável de participantes, tão longa que na metade da trama já era difícil saber quem era ator e quem era figurante.
Muitos se perderam e sumiram da história sem deixar vestígio. Os núcleos se confundiam de tal forma que em, alguns momentos o núcleo da Turquia dançava samba na comunidade.
As viagens eram tantas e tão rápidas que as cavernas da Capadócia, pareciam estar  em Maquiné, nas Minas Gerais.
 Apesar do poder da máquina promocional e do bom desempenho de alguns atores e atrizes, o que se viu foi uma colcha de retalhos de outras novelas.  O casal protagonista, o galã e a mocinha,   não conseguiram passar credibilidade naquele amor insosso, bem diferente de Caminho das Índias e o Clone.
 Mas como no final tudo tem que ser acertado, até vilã se transformando em religiosa, é aceitável.
E lá se foi mais uma novela. Mesmo com altos e baixos, teve bons momentos de dramaturgia e beleza, principalmente quando as paisagens da Turquia eram mostradas. Belezas naturais que serviram como um bom passeio turístico, além de provocar discussões sobre o tráfico de pessoas.
No outro canal, apesar de faltar ainda um capítulo para o final da trama, “Balacobaco” foi se impondo gradativamente como uma boa história.
Num horário inconveniente, quase meia noite, a novela foi prendendo a atenção dos telespectadores mais notívagos.
O vilão Norberto conseguiu excelentes momentos na história. As cenas de cativeiro, transformadas em reallity show, foi uma grande sacada dos autores, e  brevemente, aparecerão  em futuras novelas, como novidade.
Aos poucos os atores e atrizes foram criando vida e a novela chega ao final com uma boa qualidade em teledramaturgia.
As personalidades duplas foi uma interessante brincadeira de pega – pega com os telespectadores. Número de atores na quantidade certa para o desenvolvimento da trama. Não houve excessos.
Núcleos bem definidos, momentos de descontração paralelos a cenas de tensão. Crimes, sequestros, perseguições e música foram usados de forma correta pelos autores.  Uma trama que foi sendo construída aos poucos chega ao final com boa qualidade e coerência.
Duas histórias. Duas emissoras de televisão. Duas novelas. Duas trajetórias. Apesar das questões jornalísticas, do aparato nas divulgações, nas divergências sobre cada uma das emissoras, o importante é termos opções.
Faço votos para que mais novelas em mais canais de televisão possam acontecer em diversos horários, para que possamos ter possibilidades de escolha.
Também fico na expectativa para que  as revistas badaladas possam exibir em suas capas lindas mulheres e galãs sarados, que estejam atuando em várias emissoras. Não podemos conviver com uma imprensa que utiliza apenas  uma única vertente para estampar suas capas e desenvolver matérias.
Num país civilizado e democrático o jornalismo tem a obrigação de divulgar de forma ampla de equilibrada o que se passa no mundo. Quando a luz dos refletores e o foco ficam voltados apenas para uma só direção, é motivo de preocupação.
Precisamos ter cuidado com os caminhos jornalísticos do nosso país!
As cortinas se fecham, mas as luzes voltam a ser acesas e mais novelas entram em ação nas próximas horas.
Vamos preparar a pipoca e acompanhá-las democraticamente.
Que venham mais emoções!
Edison Borba

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