sábado, 21 de setembro de 2013

FAMÍLIAS MORTAS

            Há semanas, o Brasil, mais especificamente São Paulo, se comove com a morte de famílias. Tiros, envenenamentos, estrangulamentos e asfixia são alguns dos métodos usados para o extermínio de pais e filhos.
            Tudo começou com uma família que supostamente, teve como carrasco o filho adolescente. Pai, mãe e avós foram assassinados e o menino suicidou-se. Tudo permanece ainda envolto em mistério.  Muitas hipóteses estão sendo analisadas e o caso continua sendo um grande desafio para a polícia.
            Ainda em São Paulo, um homem, provavelmente desesperado pelo desemprego e a falta de condições para cuidar de seus familiares, envenena a esposa, os filhos e segue com os seus queridos através do suicídio.

Lembrando o poeta Gonzaguinha:

Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho...

E sem o seu trabalho
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata...

 

            Mas, os noticiários, não descansaram,  a seguir, mãe mata as duas filhas. Enforca, asfixia e tenta morrer, após matar  o cãozinho de estimação. Uma questão tomou conta de todos: “o que levaria uma mulher, mãe, assassinar as próprias filhas?” Numa atitude que contraria todos os poemas e pensamentos, que enaltecem a figura maternal, como sendo o do “anjo protetor”.

            No último final de semana, os jornais chegaram às ruas com a trágica ocorrência, mãe e quatro filhos,  encontrados mortos por envenenamento. Vários questionamentos foram realizados e a situação ainda continua envolta em uma nuvem misteriosa.

            Famílias mortas! Que motivos estão sendo considerados para que tantos crimes e suicídios aconteçam no local mais sagrado do mundo – o lar?

            Aquela singela fotografia, com os pais sentados tendo ao seu redor os filhos posicionados por ordem de nascimento, descoloriu, perdeu-se no tempo e já não faz mais sentido. Que motivos estão exterminando esse grupo?
            Mesmo com a diversidade de casais e a troca de pares.
Mesmo com o divórcio e a banalização do casamento.
Mesmo com o verbo amar trocado pelo ficar, mesmo assim, o respeito às relações humanas não pode ser perdido.
            A morte das famílias possivelmente esteja acontecendo através do envenenamento das almas. Morre-se diariamente quando o amor sai das nossas vidas. As armas surgem apenas para completar o que já está acontecendo.
            As relações familiares, não estão suportando nossas agendas, nossos compromissos, nossos celulares, nossa falta de tempo para conversar e trocar afeto.
            Muitas famílias estão morrendo diariamente, faltando apena a mão para empunhar a arma e o dedo para acionar o gatilho.
Edison Borba
 

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