Há semanas, o Brasil, mais
especificamente São Paulo, se comove com a morte de famílias. Tiros,
envenenamentos, estrangulamentos e asfixia são alguns dos métodos usados para o
extermínio de pais e filhos.
Tudo começou com uma família que
supostamente, teve como carrasco o filho adolescente. Pai, mãe e avós foram
assassinados e o menino suicidou-se. Tudo permanece ainda envolto em
mistério. Muitas hipóteses estão sendo
analisadas e o caso continua sendo um grande desafio para a polícia.
Ainda em São Paulo, um homem,
provavelmente desesperado pelo desemprego e a falta de condições para cuidar de
seus familiares, envenena a esposa, os filhos e segue com os seus queridos
através do suicídio.
Lembrando
o poeta Gonzaguinha:
Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho...
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho...
E sem o seu
trabalho
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata...
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata...
Mas, os noticiários, não
descansaram, a seguir, mãe mata as duas
filhas. Enforca, asfixia e tenta morrer, após matar o cãozinho de estimação. Uma questão tomou
conta de todos: “o que levaria uma mulher, mãe, assassinar as próprias filhas?”
Numa atitude que contraria todos os poemas e pensamentos, que enaltecem a figura
maternal, como sendo o do “anjo protetor”.
No último final de semana, os
jornais chegaram às ruas com a trágica ocorrência, mãe e quatro filhos, encontrados mortos por envenenamento. Vários
questionamentos foram realizados e a situação ainda continua envolta em uma
nuvem misteriosa.
Famílias mortas! Que motivos estão
sendo considerados para que tantos crimes e suicídios aconteçam no local mais
sagrado do mundo – o lar?
Aquela singela fotografia, com os
pais sentados tendo ao seu redor os filhos posicionados por ordem de
nascimento, descoloriu, perdeu-se no tempo e já não faz mais sentido. Que
motivos estão exterminando esse grupo?
Mesmo com a diversidade de casais e
a troca de pares.
Mesmo com o divórcio e a banalização do
casamento.
Mesmo com o verbo amar trocado pelo ficar,
mesmo assim, o respeito às relações humanas não pode ser perdido.
A morte das famílias possivelmente
esteja acontecendo através do envenenamento das almas. Morre-se diariamente
quando o amor sai das nossas vidas. As armas surgem apenas para completar o que
já está acontecendo.
As relações familiares, não estão
suportando nossas agendas, nossos compromissos, nossos celulares, nossa falta
de tempo para conversar e trocar afeto.
Muitas famílias estão morrendo
diariamente, faltando apena a mão para empunhar a arma e o dedo para acionar o
gatilho.
Edison
Borba
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