segunda-feira, 16 de setembro de 2013

PROFESSOR! QUE CRIATURA É ESSA?

O que é um professor?
O que é ser um professor? O que faz um professor? Professor é educador? O professor deve confessar sua religião para os alunos? E o seu partido político? Um professor pode ou deve demonstrar preferências? Os professores são criaturas que devem ser imitadas? Professores são modelos? Professor tem autoridade para intervir em questões disciplinares graves? Como as leis atuam, quando um professor tenta apartar uma briga de alunos? Como pensa um professor? O que é um mau professor? Existem professores bons? Qual é o perfil deles? Professor tem que ser amigo? Os alunos confiam nos professores? Professores podem usar gírias? As famílias confiam nos professores dos seus filhos? Um professor deve manter a neutralidade diante de um debate? Professor é sempre professor, dentro e fora do local de trabalho? O que a sociedade espera deles? Magistério é uma boa profissão? Nossos jovens querem seguir essa carreira? Professor pode perder o controle? Professor deve se manter atualizado?
 
É necessário refletirmos sobre estas e muitas outras questões, antes de julgarmos os movimentos promovidos pelos profissionais da educação. Quando esses trabalhadores saem às ruas. Mais do que julgá-los, é preciso entendê-los!
 
Nos corredores das Unidades de Ensino é possível ouvir dos estudantes algumas observações sobre esses profissionais, como:
O meu professor é: confuso, não explica bem, é bonzinho, ignorante, antiquado, compreensivo, não sabe a matéria, é muito legal, é amigo da turma, esnobe, idiota, narigudo, mal vestido, besta, grita muito, estressado, boa gente e eu me amarro nas aulas dele.
Ser professor é estar sendo analisado e julgado constantemente!
 
Em sala de aula, o que perguntam os alunos aos seus mestres?
Esse assunto vai cair na prova? É pra copiar? Tinha que trazer o livro? Já fez a chamada? Por que você veio hoje? Era para estudar essa matéria? Não ouvi você avisar? Esse assunto é difícil? Posso ir ao banheiro? Pode repetir? A prova está fácil? Trouxe as notas? Não entendi, pode explicar de novo?
Essas e outras perguntas são respondidas diariamente, semanalmente e anualmente centenas de vezes, pacientemente, exaustivamente, mesmo quando o trabalhador da educação está vivendo dias difíceis em sua vida particular.
 
O que os professores repetem exaustivamente para suas turmas?
Atenção para a chamada! Esse assunto vai cair na prova! Abram seus livros na página cinco! Quem fez as tarefas de casa? Não vou mais repetir! Eu avisei que era para trazer uma folha! Estudem! Prestem a atenção! Essa é a última vez que eu aviso! Vamos sentar, por favor! Tragam o material para a próxima aula! Desliguem os celulares! Parem de conversar e copiem! Como eu estava explicando! Por favor, este assunto é importante para a vida de vocês!
É um repete e repete. Mais uma vez. Outra vez. Pacientemente. Não se trata apenas de repetir conteúdos, é preciso manter uma relação humana.
 
Apesar de tudo isso é maravilhoso ser professor. Não se trata de sacerdócio, é profissão, é trabalho. Exige esforço, suor, lágrimas, sorrisos, persistência, paciência e muita capacidade de compreender o outro. É ser pai e mãe. Ter orelhas grandes e coração maior ainda. Boa garganta, saber lidar com as mais variadas questões e ser juiz de pequenas causas. É ouvir as mais diferentes histórias das vidas de seus alunos. Conselheiro. Inspirar confiança. Ficar feliz com as férias e mais feliz com o retorno.  É ganhar salário pequeno, mas ser grande como cidadão. É olhar cada aluno com esperança. Ser forte, mesmo quando está carente. Ficar emocionado com sua turma. Viver diariamente, novas experiências e repetir o mesmo assunto como se fosse pela primeira vez.
Saber que o seu valor é bem maior que seus rendimentos e que a opressão exercida pelas autoridades e políticos é por medo da força que os profissionais da educação exercem sobre o povo. 
Se manter firme na luta de que vale a pena educar para libertar. Nação cujos cidadãos conhecem seus direitos e deveres, ameaça os maus governantes, e que a força está no processo educativo.
É ficar orgulhoso com o sucesso das suas turmas e ter a certeza que, suas palavras jamais serão apagadas do coração dos seus alunos.
Eu sou professor!
Edison Borba
 
 

 

 

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