domingo, 15 de setembro de 2013

OS PROFESSORES E OS POTENCIAIS HUMANOS

Todas as espécies vivas animais e vegetais possuem seus próprios potenciais, cujas bases estão “escritas” em códigos genéticos. A espécie humana não foge à regra. Durante a fecundação, nós os seres humanos recebemos 23 cromossomos de origem paterna e 23 de origem materna. Quando esses cromossomos se encontram formando um conjunto de 46, os genes contidos neles interagem (alelo com alelo), dando início ao nosso desenvolvimento.
Todos os indivíduos de uma determinada espécie recebem de seus ancestrais a mesma base bio/genética, porém apesar de sermos bilhões de seres habitando o planeta terra, somos todos “especiais”, ou seja, somos todos diferentes. A individualidade é uma admirável condição, que garante a  nós, sermos únicos.
A base genética humana permite que as variáveis aconteçam dentro de limites físicos, fisiológicos e psicológicos ou comportamentais. Não podemos esquecer que o meio, com todas as suas ações, vai atuar sobre esses potenciais, colaborando ou não para o seu desenvolvimento.
Independentemente das questões relacionadas aos “distúrbios” que poderão ocorrer, os indivíduos portadores, possuem seus potenciais que deverão ser respeitados e desenvolvidos conforme as suas possibilidades. Portadores de deficiência visual, auditiva, locomotora ou outra qualquer, tem o direito de receber estímulos para desenvolverem seus potenciais. O mesmo acontecendo com os portadores de síndromes como Down.
Entre todas as ações do meio, a educação formal, isto é, a que é dada pelas Unidades de Ensino, através da ação dos professores é de inestimável importância. Quando um professor está diante de uma turma, ele tem a responsabilidade de trabalhar cada um dos alunos diferenciadamente, apesar do conteúdo da aula ser o mesmo, a sua ação deverá atingir cada estudante conforme as suas necessidades.
Portanto, diante dessa questão, podemos afirmar que os professores são desafiados pela própria natureza. Mas quanto a isso, os mestres são capazes de se multiplicarem. De ser um e ser muitos, de atender às mais diversas perguntas e necessidades. Quem opta pela profissão de ensinar, possui características “especiais”.
Porém, existem fatores que atuam contra a capacidade de ação desses profissionais. As atitudes dos políticos, ou melhor, da política educacional brasileira que constrói obstáculos, cada vez mais altos para o trabalho dos educadores.
Quando os Profissionais da Educação lutam por melhores condições de trabalho, a população muitas vezes não percebe que uma sala de aula é uma oficina do saber e não uma oficina mecânica, onde se consertam automóveis. Um professor molda seres humanos, futuros cidadãos, seres que através de seus conhecimentos irão produzir para que esse país se torne uma verdadeira nação democrática.
Talvez, aqui esteja o nó da questão; se os professores ajudam no desenvolvimento dos potenciais humanos, permitindo que crianças e jovens tornem-se adultos capazes de pensar por seus próprios cérebros, eles (os professores) são uma ameaça para a continuidade dessa política brasileira.
Calar, assustar, ameaçar professores é uma forma de impedir que nossas crianças e jovens, em todos os sentidos, incluindo aqui os portadores de necessidades especiais, se desenvolvam de forma saudável e se tornem adultos “especiais”  capazes de perceber que está na hora de mudar.
Edison Borba

Nenhum comentário:

Postar um comentário