quarta-feira, 10 de abril de 2019

CHUVAS NO RIO DE JANEIRO


 (por) Edison Borba














É pau é pedra é a casa no chão / É família soterrada é criança sem pão
É encosta escorrendo matando um irmão /É lama, é lodo, é desconstrução
É menino chorando é mulher soluçando / É político fugindo
É dinheiro sumindo /É barulho, é entulho é o sonho desfeito
É prefeito imperfeito vereador enganador / São os homens do mau que só causam dor / É família chorando a morte de José
É muita gente velando o corpo do João / É o Rio de Janeiro, de janeiro a dezembro / Não é só em março que as águas invadem
As ruas as casas escolas e hospitais / É o ano todo, é todo ano
É anos e anos, num tormento sem fim / É tijolo, é telhado é parede no chão / É o rosto em lágrimas e lamentos em vão
É mobília arrastada, é a roupa molhada / É tristeza, é tristeza ninguém tem compaixão
É desabrigado é desalojado é o morto em caixão / É o donativo sumindo dos necessitados
É sem teto amargando grande solidão! / Não tem casa nem lar, agora é só esperar
É pau é pedra para a reconstrução / É a luta, é a urna, é o voto na mão
É tentar renascer para uma nova visão / Sem criança chorando, sem casa desabando / Sem viúvas na rua implorando pelo pão
É pau é pedra ... mas não é o fim do caminho!
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Com a benção do Senhor Antônio Carlos Jobim.

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