domingo, 7 de junho de 2015

RISOS E LÁGRIMAS

Cresci ouvindo alguns ditados populares, que continuam a acompanhar-me, pela vida, mesmo quando tento impedir de se apresentarem, como uma verdade teimosa. Estudei, li, pesquisei, tenho diplomas e tornei-me racional, mas mesmo assim, as “verdades” populares, teimam em se afirmar invalidando toda a minha racionalidade.
Em minha casa, minhas avós mencionavam com bastante regularidade: “dia de muito véspera de pouco”, ou então, “feliz hoje, choro amanhã”, entre outras formas impedir sermos alegres e felizes. “Muito riso, pouco siso”, era também uma maneira de dizer que o riso era coisa só de criança sem juízo, pois o adulto, os que possuem o siso, riem pouco.
Tudo isso foi acumulando-se em minha cabeça e mesmo lutando contra, esses ditados, algumas vezes surgem fatos que comprovam o que minhas avós falavam.
Já aconteceu comigo e com amigos,  após um dia de festa, de alegria, de riso e felicidade, o dia seguinte foi de choro, lágrimas, lamentos e tristeza numa cascata de dissabores, que o dia da felicidade perdeu-se completamente. Nestas horas penso nas minhas avós e todo o meu conteúdo literário, científico e pedagógico escorre pelo ralo.
Ser feliz, será um crime?
Adultos não podem rir, rir e rir por nada, apenas pela vontade de rir?
Construir um sonho, realizá-lo e dividir com os amigos numa onda de felicidade é algo impossível?
Será que temos que viver sempre sob o medo de que um dia de felicidade é prenúncio de tristeza?
Infelizmente alguns fatos quando acontecem tentam provar que esta hipótese pode torna-se verdadeira, deixando em nossos corações o medo de correr feliz pelos verdes campos, para não sermos atingidos por uma dor e enorme, que machuca e fragiliza nosso corpo, com emoções ruins, que nos torna pequenos diante de algo tão ruim.
Mas, como o céu que se torna azul novamente, após uma tempestade, a gente se levanta e qual a correnteza de um rio deixamos o mal ser levado para as profundas águas do oceano, enxugamos as lágrimas e voltamos a sorrir sem medo.

Edison Borba



Um comentário:

  1. Parabéns pelo texto, na vida temos que saber nos defender sempre, pois existem nos dias de festa a famosa " mosca" , ela chega planta a discórdia,o dissabor, tenta.... ser conciliadora , mas na verdade ela é algo tão negativo e dissimulado que tal fato é sentido por um aglomerado de pessoas, escorregadia feito uma perereca, língua de tamanduá buscar a maldade nas camadas mais profundas da terra e do mar, causando um desequilíbrio generalizado nas rodas sociais e levando para si , todo mau, maldito para si e assim caminha a humanidade dilacerada pela mula do herege. - LUIZ MAYNART CORRÊA.

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