segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

AQUI (fica a saudade)


AQUI (fica a saudade)

Quero ficar nos pensamentos
Quero sonhar que estarei nas lembranças
Quero sentir-me sempre presente

“Aqui” nos corações e também nas recordações

Quero deixar rastros, pegadas e digitais
Gravar o som da minha voz em todos espaços
Quero estar “aqui”, mesmo quando sair, fugir, for levado

Não quero ser apagado, nem abandonado num labirinto

Quero existir, num melancólico fim de tarde
Ou no esplendor do amanhecer
Também no barulho da chuva e no sussurrar do vento

Quero chegar de mansinho numa saudade doída de um não sei que
Que invade a alma da gente ...
Quero chegar na surdina das madrugadas de insônia
Invadir os corações, provocar visões e alucinações
Quero sempre voltar “aqui”!

Não quero ser esquecido como foto na gaveta
Quero que seja impossível conviver com minha ausência
Quero continuar presente, na certeza do “aqui”
Na mesa posta para o jantar, no suave perfume das flores

Quero estar na lágrima que certamente nas faces deslizará

Nas lembranças do que um dia foi matéria, fez história
Foi humano, cidadão, teve corpo definido e foi até reconhecido

Agora não tenho “forma” e quando adquiro “forma” é um espectro
Que se “forma”, visto apenas por insanos, por loucos e maltrapilhos!
Que, por não serem aceitos pela sociedade “normal”,
Conseguem entrar no astral, do que eu sou “aqui” agora!

Edison Borba

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