terça-feira, 25 de abril de 2017

MEU PAI.

Anel de ouro, com a imagem de São Jorge, num dos dedos da mão esquerda. Mãos calejadas de manusear seus instrumentos de trabalho. Braços fortes, olhar tranquilo e um bonito bigode. Cabelos escuros, penteados para trás davam a ele um ar austero. Homem de poucas palavras, mas de coração bondoso. Paixão pelo Vasco da Gama, seu time querido, boa cerveja e comida farta sobre a mesa, que sempre estava “arrodeada” de amigos.
Esta visão, mágica visão, é a que tenho do meu pai..., “seu” Oswaldo ou simplesmente Vadinho, que gostava de vadiar, nos bares e mesas de sinuca.
Homem forte, ainda de madrugada caminhava para o trabalho. Era capaz de carregar, sobre seus ombros pesados fardos de carne. Nunca reclamou da vida, curtia uma boa caneca de café na qual ele mergulhava fatias de pão.
Cresci admirando aquele homem simples, trabalhador, silencioso mas que era capaz de falar “coisas” engraçadas fazendo rir toda a família.
Tento não deixar escapar sua imagem da minha memória! Lembro de segurar a sua mão, enquanto caminhávamos rumo ao circo. Perto dele, sentia-me seguro. Cresci, me transformei num adulto, mas quando estava ao seu lado, eu voltava a ser um menino.
Sinto sua falta! Saudade de quando ficávamos sentados num banco de pedra, que havia no jardim da nossa casa. Lado a lado, meu ombro encostado no seu ombro. Ambos calados! Silenciosos! Pai tenho que ir trabalhar! Portão aberto para eu sair! Benção pai! Vai com Deus meu filho!

 Edison Borba
 
 
Oswaldo Borba
 

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