segunda-feira, 5 de março de 2012

ALMA FEMININA ( Capítulo 02 )

Em oito de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher, que a cada dia vem ocupando as mais diversas profissões. Atualmente, o feminino é visto lado a lado com o masculino, exercendo atividades que até bem pouco tempo era domínio dos homens. Apesar de ainda haver uma divergência salarial, os “machões” continuam em alguns casos recebendo salários maiores, a ocupação das mulheres é irrevogável.
Tivemos a oportunidade de homenagear, aqui no blog, algumas profissionais como as professoras, as parteiras e as passadeiras. Outras tantas foram citadas em poemas ou dentro de textos em que a importância, das suas ações são, de infinito valor. Comentamos o papel de algumas estrelas (atrizes) e a função das moças do tempo, que diariamente informam onde e quando vai chover ou  o sol predominará. Não esquecemos, do árduo  cotidiano das donas de casa, que acumulam jornadas duplas e triplas de  trabalho.
Em 16 de dezembro de 2011, postamos no BLOG, um carinho para as profissionais que atuam em lavanderias. Semanalmente, eu uso esse tipo de serviço e observo o carinho com que minhas roupas são tratadas. Através das PASSADEIRAS, homenageamos todas as mulheres do mundo que heroicamente exercem suas tarefas como cidadãs profissionais, sem descuidarem de suas almas femininas. Vamos revisitar o mundo das Passadeiras.
Toalhas, lençóis e fronhas. Colchas grandes e pequenas. Calças, paletós e camisas. Blusas, saias, vestidos e casacos. Todos os tipos de roupa de adultos ou de crianças. Uniformes profissionais, ternos de empresários e elegantes trajes. Nenhuma roupa deve ficar amassada ou com vincos. Tudo bem esticadinho sem nenhum amarrotado. As passadeiras, mulheres trabalhadoras, deslizam seus ferros delicadamente sobre os tecidos, acariciando-os como o corpo de seus amados.
Elas emergem do vapor! Fadas, usando de magia cuidam das roupas, transformando-as em belos e elegantes trajes.
Seda, brim, organdi ou renda nada escapa às mãos dessas mulheres. Com olhos atentos, como linces, elas não deixam escapar nenhuma ruguinha nos tecidos.
Imagino os seus sonhos ao cuidarem de um vestido de festa ou de uma camisola de renda. O que deve se passar por suas cabeças, ao deslizarem o ferro de engomar, sobre aquela peça. Onde esse vestido foi usado? Com quem essa camisola dormiu?
Cada roupa guarda uma história. Quem a usou? Quando?
Será que o vestido escuro pertence a uma viúva que pranteou a morte do companheiro, ou é apenas um traje elegante, usado por alguma discreta secretária?
Dias e dias, cuidando de cada peça cuidadosamente. Estica, alisa, passa e engoma. Enormes lençóis sobre os quais deve ter havido incríveis histórias de amor. Amassados quando chegaram, ainda guardavam manchas de uma noite inesquecível.
Camisas de punho dobrado, usadas por executivos importantes. Homens que andam em carros com motoristas e assinam cheques de altas quantias. Pessoas exigentes, que não podem ter um pequeno amassado em seus trajes.
Vestidos de madames, senhoras emergentes, que muitas vezes acham uma dobra ou um vinco, onde nada existe, mas precisam fazer valer a sua “autoridade” e querem que o serviço seja refeito. E as passadeiras, pacientemente, atendem ao pedido daquela “senhora” imponente e decadente. Passam por cima da exigência, passando e repassando aquela roupa, não se deixando abater. Reagem como rainhas, solenes e imponentes na execução de suas tarefas.
Goma e engoma põem no cabide e olha, examina cuidadosamente, nenhum pequeno amassado, nenhuma ruga ou dobrinha escapa às mãos das queridas e competentes passadeiras.
Orgulhosas mulheres. No calor da profissão elas continuam firmes, como guerreiras, forjadas a ferro e fogo, se mantém inabaláveis em suas convicções de cidadãs brasileiras.
De Edison Borba

Para 8 de março – Dia Internacional da Mulher!

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