sexta-feira, 23 de março de 2012

EVOLUÇÃO HUMANA?

Diante da campanha contra os sacos plásticos distribuídos pelos mercados e lojas, lembrei de quando minha saudosa mãe fazia a feira do mês. Duas sacolas de pano e um cesto de vime eram levados para as compras. O cesto normalmente acomodava ovos e frutas mais “frágeis” como uvas e caqui. O arroz, feijão, farinha além de outros produtos, eram acomodados em sacos de papel. Frutas iam direto para as bolsas. As laranjas e tangerinas eram contadas uma a uma, pelo vendedor que as colocava diretamente nas sacolas de pano de mamãe.
Era comum, os carrinhos de rolimã, feitos com caixotes de madeira  e empurrados por meninos “carregadores”, que ficavam nas imediações das feiras, oferecendo seus serviços por alguns “trocados”.
Hoje, fazemos campanha para retomarmos um hábito, que foi abandonado em nome do progresso e da evolução humana. É claro, que sabemos dos avanços da medicina, física, química e de tantos outros campos que trouxeram grandes benefícios para toda a humanidade. Porém, continuamos guerreando por questões religiosas e ocupações territoriais. Os preconceitos se tornam cada vez mais evidentes. Atentados nos ameaçam constantemente e a poluição está cada vez mais fora de controle. Não sabemos o que fazer com o lixo do progresso!
Apesar da grande produção agrícola, garantida por máquinas e agentes químicos que atuam contra as pragas, uma grande massa humana morre de fome.  
Apesar da avançada tecnologia farmacológica e médica, milhares de seres humanos morrem atingidos por doenças “pré-históricas”. Curamos o câncer, deixamos a míngua os tuberculosos, que habitam os grandes guetos de vários países.
Apesar de Jesus, quando veio a Terra, ter curado leprosos, dois mil anos depois a hanseníase ainda faz muitas vítimas, sem que haja uma notificação oficial.
Apesar das técnicas avançadas no processo educacional, o mundo ainda convive com milhões de analfabetos e a cada dia, falta mão de obra qualificada para acionar os motores das incríveis “engenhocas” criadas pelos cientistas.
Aumenta o número de jovens criativos e fala-se dos novos  emergentes empresários, esquecemos de computar a grande quantidade de desempregados ou subempregados.
Como é difícil entender a evolução humana!
Poluímos para depois gastarmos milhões na despoluição. Deixamos  crianças morrer de fome, enquanto os cientistas lutam bravamente para encontrar a cura da AIDS. O mosquito da dengue mata todos os anos, até os que foram salvos de um tumor maligno ou tiveram suas vidas prolongadas por um transplante de órgão. Quanta incoerência!
Que saudade da sacola de pano que minha mãe levava para as compras, dos carrinhos de rolimã e das crianças de joelho ralado, que brincavam e estudavam  na medida certa.
Quem pode explicar o comportamento do homem e da  mulher do mundo moderno?
Quem pode entender a evolução humana?
 Edison Borba

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