sexta-feira, 16 de março de 2012

MANCHETES

“Criança de 9 anos foi atingida em ponto de ônibus na Zona Sul”. “Pai diz que se jogou sobre filho para tentar evitar morte em tiroteio em SP”.
“Menino morreu nos braços do pai na tarde de quinta-feira”.
“Eu queria morrer no lugar dele” – palavras do pai de um menino de nove anos, João Gabriel, morto por balas perdidas.

Mais um menino, mais um número nas estatísticas brasileiras que registram mortes nas nossas cidades.
Estamos fechando uma semana que se caracterizou por tiros, balas, violência e morte. É difícil admitir, mas ainda continuamos a liderar os índices de violência urbana. Apesar de acompanharmos os diversos tumultos que acontecem pelo mundo: guerras urbanas, terrorismo, movimentos sociais que nos assustam e entristecem, aqui no Brasil, os crimes isolados, as balas perdidas, os assaltos, a violência nas comunidades é uma verdade impossível de negar. Enquanto em outros países, a violência tenta se justificar, através das causas políticas e / ou religiosas. Enquanto crises econômicas justificam embates entre a polícia e a população, aqui o crime é banalizado. Morte pela morte. Não existe uma causa, um ideal ou uma luta. São tiros, apenas tiros. Assaltos apenas assaltos. São Homicídios apenas homicídios. São latrocínios apenas latrocínios.
A cada dia morrem mais e mais cidadãos: homens, mulheres e crianças vítimas de uma violência sem sentido. Nossas delegacias de polícia não conseguem desvendar e  resolver nem dez por cento dos delitos cometidos em todo o nosso território.
Como podemos imaginar um país que está se orgulhando de subir na escala de progresso em relação a outras nações, perder todos os dias vidas e mais vidas.

João Gabriel, nove anos, estudante que sonhava em ser Biólogo, virou mais um número as estatísticas de mortos por balas perdidas.

 Até quando vamos continuar a ler essas manchetes?

Gangues entram em guerra no Rio por venda ilegal de passagens de trem.
Acusado de matar homem por dívida de R$ 50 é preso.
Tribunal de Justiça retoma audiências do caso menino Juan, que desapareceu após uma operação policial na Baixada Fluminense.
Operação acolhe 95 usuários de crack na região de Manguinhos.
Operação do Bope deixa três mortos na Zona Oeste do Rio
Homem que atirou na mulher também morre em hospital de SP
Polícia Civil apura motivação do crime ocorrido nesta sexta na Zona Sul. PM chegou a socorrer o casal, mas vítimas morreram em hospital.

Até quando?
Edison Borba

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