segunda-feira, 12 de março de 2012

MENINOS DO RIO (e a vida continua)

A semana começa com imagens nada agradáveis. No cemitério de Inhaúma, foi enterrado o corpo de um jovem de 15 anos, morto por uma bala perdida. Voltava do colégio quando foi atingido por um projétil que atravessou a mochila, atingindo-o mortalmente. Mais um jovem brasileiro que perde a vida deixando órfãos toda à sociedade.
Outra imagem, que nos causou espanto é a de um garoto, que aparentemente tem menos de dez anos, “lutando” (luta corporal) com os soldados do exército que patrulhavam o Complexo do Alemão, durante a visita do príncipe Harry, àquele local.
Dois meninos, brasileiros que nos deixam emocionados com os seus destinos. Um deles morto, no sentido exato da palavra. Deixou de funcionar biologicamente, morreu e foi enterrado. À bala? Continuará sendo considerada “perdida”. Quem atirou? Continuará sendo um mistério.
O menino? Fará parte da lista de mortos, estatisticamente será mais um na lista.
O outro garotinho está morrendo em vida. Nitidamente transtornado, “lutou” com os soldados, diante de toda a comunidade, que aparentemente apoiava a situação.
O que será da vida dessa criança? Que tipo de orientação ele está recendo para demonstrar tamanho descontrole?
Para tornar a cena mais deprimente, um grande número de moradores da comunidade (com destaque para o grande número de crianças e jovens), protestava contra as ações “truculentas” dos  soldados. Numa comunidade ocupada e dita pacificada, esse tipo de situação não poderia acontecer. Se  está havendo excesso por parte da força armada, que haja queixa nos setores competentes, mas usar crianças para supostamente protestar é covardia. Não acredito que pais e mães, verdadeiramente preocupados com a segurança de seus familiares, colocariam seus filhos em risco físico e psicológico. Além do menino que “lutou”, outras crianças, meninos e meninas, participavam da manifestação.
Cenas lamentáveis para começarmos mais uma semana.
Continuamos com muitas dúvidas a nos atormentar: - será que está havendo excesso pelas forças do exército, contra a população? – será que havia necessidade deste tipo de protesto? – que tipo de família expõe seus filhos a tamanho perigo? – será que a manifestação partiu apenas de moradores e trabalhadores ou existe alguma outra força estimulando para que esse tipo de situação continue a acontecer? – até quando essas cenas continuarão a fazer parte do nosso cotidiano?
E a maior de todas as questões: - quem é o dono da bala que matou o jovem de 15 anos?
Hoje, segunda – feira, dia 12 de março, compromissos na agenda. E a vida continua!
Edison Borba


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