quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

CORTA PRA MIM!

         Várias emissoras de televisão garantem vasta audiência através dos programas de jornalismo policial. Num país em que as leis são desrespeitadas, e com a criminalidade em alta, este tipo de programação garante uma boa parcela de público. Lamentavelmente, o número de casos, é tão grande que alimenta diversos canais de televisão. Para este tipo de programação, faz-se necessário, jornalistas capazes de prender a atenção do telespectador, usando frases de efeito, que  são repetidas pela população. “Corta pra mim”, “sapatada”, “me ajuda aí...pô”, “é dedo na cara”, “escracha”, “cara pálida”, “enche a tela”, “a casa caiu” e “olho no olho” são alguns jargões que se tornaram popularmente conhecidos.
Algumas emissoras preferem optar por um jornalismo mais “elegante”, porém as notícias são as mesmas. Crime é crime, bandido é bandido, traficante é traficante não importando se o jornalista que divulga o problema, o faz de maneira mais escrachada ou discretamente. O que  nos assusta é o número de casos, que diariamente são apresentados em todas as emissoras. Tiros, balas perdidas, assassinatos, traficantes, espancamentos, estupros, milícias, acidentes, motoristas embriagados, usuários de drogas são constantemente apresentados com ou sem frases de efeito.
As causas do crescente número da violência são  complexos, pois envolvem situações educacionais, econômicas e culturais. Um problema que já pode ser considerado epidêmico, a violência está nas grandes e pequenas cidades em todo território nacional.
A repercussão da situação brasileira tem produzido várias ações que ainda não se mostraram eficientes, o que gera  insegurança na população. A impunidade é constante, principalmente  quando se trata de bandido “classe A”, o que aumenta a falta de credibilidade na nossa polícia e justiça.
Outra questão preocupante é a participação, cada vez mais crescente,  de menores envolvidos em crimes. A naturalidade e frieza com que meninos e meninas cometem assassinatos, furtos e roubos, é assustador. Na prática as medidas “protetivas” se mostram ineficientes e inadequadas quanto à recuperação dessas crianças e jovens.
Por enquanto, só nos resta pedir a toda a população “me ajuda aí” e dar  “sapatadas” nos políticos, por o “dedo na cara” de algumas autoridades e dizer “olho no olho” para os “cara pálida”, da educação, polícia e justiça: vocês merecem um “escracha” bem alto.
“Corta pra mim” aqui na dezoito,  mais um crime acabou de acontecer!
Edison Borba

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