Várias emissoras de televisão garantem vasta
audiência através dos programas de jornalismo policial. Num país em que as leis
são desrespeitadas, e com a criminalidade em alta, este tipo de programação
garante uma boa parcela de público. Lamentavelmente, o número de casos, é tão
grande que alimenta diversos canais de televisão. Para este tipo de
programação, faz-se necessário, jornalistas capazes de prender a atenção do
telespectador, usando frases de efeito, que
são repetidas pela população. “Corta pra mim”, “sapatada”, “me ajuda aí...pô”,
“é dedo na cara”, “escracha”, “cara pálida”, “enche a tela”, “a casa caiu” e
“olho no olho” são alguns jargões que se tornaram popularmente conhecidos.
Algumas emissoras preferem optar por um
jornalismo mais “elegante”, porém as notícias são as mesmas. Crime é crime,
bandido é bandido, traficante é traficante não importando se o jornalista que
divulga o problema, o faz de maneira mais escrachada ou discretamente. O que nos assusta é o número de casos, que
diariamente são apresentados em todas as emissoras. Tiros, balas perdidas,
assassinatos, traficantes, espancamentos, estupros, milícias, acidentes,
motoristas embriagados, usuários de drogas são constantemente apresentados com
ou sem frases de efeito.
As causas do crescente número da violência
são complexos, pois envolvem situações
educacionais, econômicas e culturais. Um problema que já pode ser considerado
epidêmico, a violência está nas grandes e pequenas cidades em todo território
nacional.
A repercussão da situação brasileira tem
produzido várias ações que ainda não se mostraram eficientes, o que gera insegurança na população. A impunidade é
constante, principalmente quando se
trata de bandido “classe A”, o que aumenta a falta de credibilidade na nossa
polícia e justiça.
Outra questão preocupante é a participação,
cada vez mais crescente, de menores
envolvidos em crimes. A naturalidade e frieza com que meninos e meninas cometem
assassinatos, furtos e roubos, é assustador. Na prática as medidas “protetivas”
se mostram ineficientes e inadequadas quanto à recuperação dessas crianças e
jovens.
Por enquanto, só nos resta pedir a toda a
população “me ajuda aí” e dar
“sapatadas” nos políticos, por o “dedo na cara” de algumas autoridades e
dizer “olho no olho” para os “cara pálida”, da educação, polícia e justiça:
vocês merecem um “escracha” bem alto.
“Corta pra mim” aqui na dezoito, mais um crime acabou de acontecer!
Edison Borba
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