Com a chegada das festas de final de ano,
surgem questionamentos complicados e que muitas vezes são motivos de brigas e
desavenças entre amigos e parentes. Um período em que nos sentimos obrigados a
presentear, visitar, comparecer, sorrir, abraçar, gastar, jantar, cear e outros
compromissos que muitas vezes cumprimos a custas de sofrimento.
Sendo uma época que devemos celebrar com amor
e atitudes sinceras o nascimento de Jesus, cumprir protocolos que nos agridem é
um contra senso. Não temos que ser obrigados a repetir ou seguir o discurso da
felicidade.
Há anos vejo amigos e parentes sofrendo com a chegada
do Natal e do Ano Novo. Onde passar as festas, onde cear, a quem presentear,
quanto gastar, a quem convidar questões
sérias que muitos enfrentam anualmente, transformando em desgaste emocional o
que deveria ser prazer.
Talvez, eu esteja sendo uma pessoa simplista
querendo minimizar a questão. Quando a dúvida é por amor, é fácil resolver. Uma
festa na casa de um e a outra na casa do outro. Mas quando se trata de aversão
aos pais, aos sogros, aos chefes, aos cunhados, aos tios, aos amigos do marido
ou da esposa a situação é grave e creio ser preciso uma reflexão. A decisão pode ser simples: eu não preciso ir! Eu não
preciso comprar! Eu não preciso gastar! Agindo assim, eu me liberto do
problema, apenas com o que é obvio.
Será que eu sou obrigado? Que fatores fazem
com que eu tenha que cumprir essas regras? Entre perdas e ganhos, o que deve
pesar mais na balança?
Felicidade é algo que não pode ser fingido
nem comprado. Sorrir por obrigação ou investir financeiramente em algo material
para se conseguir recompensa emocional é deprimente. A noite de Natal precisa ser
respeitada em sua filosofia. Portanto, não devemos ser constrangidos e nem
constrangermos pessoas, apenas para atender as regras impostas pela sociedade e
transmitidas em propagandas das grandes lojas e shoppings.
Algumas perguntas e observações são cruéis e
torturantes, para aqueles que pretendem quebrar paradigmas mudando as regras do
jogo. Estar só durante a noite de Natal ou na passagem do ano, pode ser natural
e tranquilo para quem está bem. Passar
festas sozinho é melhor, do que sentir solidão no meio da multidão.
Perceber que se é rejeitado por um grupo e ser obrigado a ficar, apenas para
manter aparências é extremamente agressivo para o ego de qualquer pessoa.
Portanto, sejamos autênticos nessas horas de
mais um final de ano. Cear, jantar, visitar, comprar, presentear, abraçar ou
qualquer outra manifestação de alegria e felicidade só deve se realizar quando
nos der prazer.
Não precisamos agir apenas para satisfazer os
outros, o melhor prazer é o que propiciamos a nós mesmos. Esse tipo de
“sacrifício” não condiz com o tão sonhado amor universal.
Edison Borba
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