Mais um programa como tantos outros que
surgem na atual (??!!) televisão brasileira. Os mais antigos ou mais
estudiosos, sabem que programa de calouros existe desde a era de ouro das
rádios e do início da televisão no Brasil.
O gongo de Ari Barroso, a buzina do
Chacrinha, a Hora do Pato, Fama, Quem Sabe Canta e muitos programas cuja finalidade é descobrir novos talentos. Para
essa epopeia forma-se um corpo de jurados. Jornalistas, cantores, artistas ou
apenas famosos, ficam com a responsabilidade de escolher o melhor, ou àquele
que “vai para o trono”, ou simplesmente o vencedor que poderá ser contratado
por gravadoras e tornar-se famoso.
Saudades da severidade da Araci de Almeida, das
“broncas” do Flávio Cavalcante amenizadas pela doçura de Márcia de Windsor, da alegria de Elke Maravilha e de tantos outros
nomes que fizeram parte das bancadas de jurados.
E assim caminha a humanidade, em passos
de formiga e em busca de novidades. “The Voice” surgiu no Brasil, com a
inovação (??!!) dos candidatos serem escolhidos apenas pela voz. Os jurados
ouvem as apresentações de costas para o candidato, e através da sensibilidade musical, escolhem
seus preferidos. Porém, a partir das primeiras etapas, o programa se iguala a
todos os outros. Não estou fazendo crítica pela crítica, sabemos que é preciso
vender cotas para patrocinadores e marcar pontos nos “IBOPES”, portanto no
decorrer da disputa, tudo se transforma num grande picadeiro. O público é
chamado para ajudar a escolher junto com os jurados, em outros tempos era
através das palmas e com um “palmômetro” havia a indicação do vencedor. Hoje,
os telefones são usados para a escolha. A bancada de jurados perde a
naturalidade, no decorrer dos programas e algumas vezes “constrangidos” tentam
explicar a eliminação de algum candidato.
The Voice chegou para ser diferente e
tornou-se apenas mais um programa de calouros, como tantos que existiram e
ainda existem. Mesmo com cenários luxuosos, entrevistas, convidados elegantes o
valor das vozes está em segundo plano. É um apenas mais um programa.
O tempo passou e o gongo do Senhor Ari
Barroso, continua a ser a grande marca da escolha de muitas belas vozes
brasileiras.
Com a ética de informar o nome dos
autores da música escolhida pelo candidato, Ari Barroso, valorizava a autoria,
a melodia, a letra e as vozes. Tinha ouvido afinado, compositor de famosas e internacionais
músicas, Ari manteve no ar por muitos
anos, um inesquecível programa de
calouros.
Edison Borba
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