terça-feira, 3 de dezembro de 2013

MORTE DA LAPA / FACADA NO PEITO

      É com tristeza e pesar que comunicamos a morte da Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro, que era frequentado por milhares de pessoas que buscam diversão. Restaurantes, bares, casas de show estão fechados. E os  Arcos, cobertos por um manto negro. Local que servia de  reduto para turistas e brasileiros era o preferido para se comemorar a vida. A alegria antes, regada a chopinhos e muita música, deixou de existir e em seu lugar, há lágrimas e choro. Os ritmos do samba, axé,  funk e rap estão calados e o que se ouve é silêncio. Um mortal e triste silêncio. A democracia da Lapa está de luto. Nas  tradicionais gafieiras, não há  casais apaixonados deslizando romanticamente ao sabor de boleros. Rostos tristes e maquiagens manchadas pelas lágrimas avisam que a Lapa morreu com uma “faca” no coração.
      A tragédia aconteceu na madrugada do dia primeiro de dezembro, a jovem Lapa, com apenas 19 anos, estava feliz e sorridente. Comemorava mais um aniversário de amigos entre os muitos que a escolhem para festejar, por ser (ela) o bairro da alegria e felicidade. Muita música,  dança e alegria, e Bolo com velinhas, parabéns e abraços. Muitos braços se entrelaçaram, num grande e afetivo abraço. Lapa, querida! Querida Lapa! Nós a amamos!
      Porém, no amanhecer, havia uma faca nas mãos de um homem mau. Um homem, que se transfigura ao sabor de uma pedra maldita, chamada crack. Um novo tipo de cidadão, que habita as sombras e ataca todos os que exibem sorrisos e demonstram felicidade.  
        Uma facada no peito, uma facada no coração fez emudecer vozes e cantos, músicas e ritmos. Calou a Lapa!
 
 Conrado Chavez da Paz, dezenove anos, na madrugada do dia primeiro de dezembro, seu caminho se cruzou com o de um usuário de crack. Uma faca, um golpe certeiro, um jovem morto e vários corações dilacerados.
Foi na Lapa! Foi a Lapa
 Edison Borba

                                    

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