Mesmo
assim, o que seria das nossas vidas sem esses castelos?
Sabemos que eles são frágeis e que a qualquer brisa,
irão desmoronar. Mas teimamos, em construí-los, como se uma força incontrolável
nos carregasse para uma decepção evidente. Investimos em esperanças que nos
levam para desilusões, desenganos e desapontamentos. E quando o esperado
acontece, ficamos surpresos, choramos e lamentamos. E contrariados mergulhamos
em desgosto profundo correndo para os braços dos amigos ou para o consultório
do analista. Com a chegada de um novo
ano, juramos que não irá acontecer de novo.
Fazemos promessas, pulamos sete ondas, oramos, prometemos, comemos ervilhas e “entramos”
no ciclo novo, certos que não
acontecerá de novo!
Por que teimamos em investir em relacionamentos falidos?
Por que fingimos acreditar (ou acreditamos mesmo) em
promessas absolutamente enganosas?
Deveria haver um sistema de alerta emocional que nos
travasse de prosseguirmos com atitudes levianas, infantis e tolas um aparelho
tipo GPS do amor.
Nossos verdadeiros amigos, muitas vezes, agem como
alertas e nós rejeitamos suas opiniões, com muita coragem vociferamos:
- quem sabe da minha vida sou eu!
– eu sei o que estou fazendo!
– não se metam!
A nossa “verdade” está acima de qualquer alerta.
Nada e, ninguém é capaz de nos “abrir os olhos”, de nos
fazer “cair na real”. Nada consegue nos deter, para que não façamos aquela m....
Todos os que convivem conosco sabem, pressentem, fazem
sinais, mandam mensagens que não conseguimos ler, decifrar, pensar e refletir.
Quando chega o dia da verdade, ficamos sem querer
acreditar no que era evidente. A tragédia já havia sido anunciada. Todos
sabiam. Todos comentavam. Todos previam. Mas, nós os protagonistas da novela só
percebemos quando as cortinas se fecham, quando cai o pano e o espetáculo chega
ao fim.
Fomos enganados!
Quanto sofrimento!
Eu nunca esperei ser tratado assim!
Tudo parecia tão bem!
Era um novo
relacionamento!
Por que aconteceu tudo de novo?
Onde foi que eu errei?
Choramos e ouvimos os comentários:
- eu quis te avisar!
– eu bem que te falei!
– tava na cara que ia dar errado!
– só você é que não quis ver!
- seu GPS só aponta para o lado errado!
O que nos deixa cegos, burros, idiotas e palermas?
Passamos um tempo de reclusão e abstinência afetiva.
Fugimos dos amigos, ficamos caseiros, envergonhados e solitários.
Dizemos a todos que estamos mergulhando no nosso
interior.
A seguir acontecem as juras:
- não caio em outra!
– ninguém jamais vai me fazer de tolo!
– dessa vez aprendi a lição!
– nunca mais passarei por isso!
O tempo passa... os dias seguem... um novo alguém
aparece ... a gente esquece!
Vai começar tudo de novo!
Afinal é ANO NOVO!
Edison
Borba
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