sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

ENGRAÇADO OU EXAGERADO?

         Com o término dos “Teatros de Revista”, muito famosos em outras décadas, espetáculos nos quais brilhavam as vedetes e vários comediantes, entre estes a inesquecível Dercy Gonçalves, os programas de televisão ocuparam o espaço. Atualmente, muitas novelas usam o “mote” da comédia, para atrair mais público. O núcleo encarregado de fazer rir utiliza antigos métodos, que para os mais jovens e menos informados, pensam tratar-se de “algo” inovador. Nesta linha de escrever telenovela e tentar fazer rir, muitas vezes o escritor perde “a mão” e exagera, tornando o que poderia ser engraçado em situações apelativas, que caminham no inverso do que seria divertido.

Voltando aos antigos espetáculos nos “Teatros de Revista”, lembramos que o público frequentador dessas casas era de adultos, e na sua maioria homens. Portanto, os atores e atrizes além de seguirem o texto, incluíam “cacos”, que divertiam a plateia.
Os programas televisivos, apesar das indicações etárias, são exibidos para   famílias. Além de diversão, a programação, deve se preocupar com  informação e educação popular. Logo, o autor do texto, tem saber escolher o tema e dosá-lo, para  que o engraçado não se torne exagerado ou inconveniente.
Esta semana o “bigodinho da Pérsefone”, personagem da novela “Amor à Vida”, serviu para exibir algumas situações em nada divertidas. O exagero na abordagem do caso, dentro de um hospital, serviu para demonstrar situações que a sociedade tenta extirpar. Assédio sexual, comportamento inadequado pelos profissionais da saúde, desrespeito ao próximo, observações inconvenientes, principalmente para famílias que se habituaram a assistir o folhetim. As falas e as interpretações dos atores foi  de total mau gosto, em nada contribuindo para aquilo que se espera dos espetáculos televisivos, repetindo: divertir, informar e educar.
Mais uma vez, deixo claro, que  sabemos das questões que envolvem os programas de rádio e televisão quanto à audiência e aos patrocinadores, porém a arte de escrever para um público múltiplo e variado necessita talento.  E talento é algo que se mede no exato momento em que o texto ganha vida. Neste caso, foi um desastre, o desrespeito às mulheres. Foi de grande mau gosto. Faltou experiência, para tornar as falas sutis e “talvez !!??” engraçadas, mas o que se viu e ouviu foi um grande desastre.
O “bigodinho da Pérsefone” serviu  para ridicularizar o papel feminino na sociedade e até aumentar o desrespeito, para os que buscam ajuda nos serviços públicos hospitalares.
Tentou ser engraçado, se tornou exagerado! Uma tragédia!
Edison Borba

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