Voltando
aos antigos espetáculos nos “Teatros de Revista”, lembramos que o público
frequentador dessas casas era de adultos, e na sua maioria homens. Portanto, os
atores e atrizes além de seguirem o texto, incluíam “cacos”, que divertiam a plateia.
Os programas
televisivos, apesar das indicações etárias, são exibidos para famílias. Além de diversão, a programação,
deve se preocupar com informação e educação
popular. Logo, o autor do texto, tem saber escolher o tema e dosá-lo, para que o engraçado não se torne exagerado ou
inconveniente.
Esta
semana o “bigodinho da Pérsefone”, personagem da novela “Amor à Vida”, serviu
para exibir algumas situações em nada divertidas. O exagero na abordagem do
caso, dentro de um hospital, serviu para demonstrar situações que a sociedade
tenta extirpar. Assédio sexual, comportamento inadequado pelos profissionais da
saúde, desrespeito ao próximo, observações inconvenientes, principalmente para
famílias que se habituaram a assistir o folhetim. As falas e as interpretações
dos atores foi de total mau gosto, em nada
contribuindo para aquilo que se espera dos espetáculos televisivos, repetindo:
divertir, informar e educar.
Mais
uma vez, deixo claro, que sabemos das
questões que envolvem os programas de rádio e televisão quanto à audiência e aos
patrocinadores, porém a arte de escrever para um público múltiplo e variado
necessita talento. E talento é algo que
se mede no exato momento em que o texto ganha vida. Neste caso, foi um desastre,
o desrespeito às mulheres. Foi de grande mau gosto. Faltou experiência, para
tornar as falas sutis e “talvez !!??” engraçadas, mas o que se viu e ouviu foi
um grande desastre.
O “bigodinho
da Pérsefone” serviu para ridicularizar
o papel feminino na sociedade e até aumentar o desrespeito, para os que buscam
ajuda nos serviços públicos hospitalares.
Tentou
ser engraçado, se tornou exagerado! Uma tragédia!
Edison
Borba
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