segunda-feira, 11 de junho de 2012

ECOS DA ECO 92

Quando da realização da ECO 92, aqui no Rio de Janeiro, tive o privilégio de presidir uma mesa de debates, cujo tema central foi: A ECOLOGIA ESCOLAR.
Na ocasião  discutimos e analisamos, a situação da maioria das escolas brasileiras. A partir do pressuposto que a escola é um espaço onde se realizam as reações de aprendizagem, e que todo ser vivo necessita de condições adequadas para exercerem suas funções vitais, a maioria das nossas Unidades de Ensino, não oferecia condições para  nossos estudantes  realizarem suas funções vitais adequadamente. Fato que se refletia diretamente na aprendizagem.
Em todo o Brasil, o que tínhamos na época eram escolas funcionando em condições precárias sem condições de segurança e até de higiene.
Em algumas cidades, nem prédios existiam. Pequenas choupanas sem paredes com crianças sentadas no chão.
Em todas as regiões do Brasil a situação era a mesma. Crianças e jovens caminhando horas para terem acesso ao ambiente escolar. Salas lotadas de alunos e professores recebendo salários aviltantes e sem condições de se manterem atualizados.
Prédios, em que no mesmo ambiente, os professores atendiam estudantes de diversas séries. Cabendo ao mestre o árduo trabalho de se dividir em vários para ensinar diversas séries.
Material escolar precário ou inexistente. Em 1992, este era quadro da maioria das nossas escolas. Tudo isso foi pessoalmente constatado e apresentado nas discussões da ECO 92.
O que contrastava com essa situação era a disponibilidade de trabalho dos professores. Homens e mulheres, verdadeiros guerreiros, fazendo o impossível para que crianças e jovens não perdessem a vontade de sonhar. Um quadro de evasão escolar preocupante. Em muitas regiões a luta pela vida começava cedo. Antes dos dez anos de idade, muitos brasileiros deixavam os bancos escolares para cumprir rígidos horários de trabalho.
Como ensinar aos nossos estudantes questões ecológicas, proteção aos animais e vegetais, e toda uma conceituação de proteção ao planeta Terra para quem está ameaçado de extinção. Salvem as baleias, mas, não esqueçam as nossas crianças, foi uma observação que fizemos na ocasião, no sentido de sensibilizarmos o mundo para as crianças e jovens estudantes brasileiros.
Sabemos que muitas mudanças aconteceram e que houve melhorias consideráveis. Porém, muito do que foi prometido não passou de assinaturas em documentos. Depois de vinte anos esse problema entre muitos outros não receberam a devida atenção. Protocolos, cartas e promessas tudo esquecido.
A ganância, a fome financeira, os desmandos, a supremacia dos poderosos foi maior do que as necessidades ecológicas. O meio ambiente? Esse continuou a ser tratado com desdém como as nossas crianças.
Chegamos  a  RIO + 20. Novos encontros. Novas promessas. Novos documentos. Esperamos  não continuarmos com os velhos problemas.
Vamos participar! Vamos comparecer! Vamos fazer valer a nossa vontade!
Edison Borba


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