Quando
da realização da ECO 92, aqui no Rio de Janeiro, tive o privilégio de presidir
uma mesa de debates, cujo tema central foi: A ECOLOGIA ESCOLAR.
Na
ocasião discutimos e analisamos, a
situação da maioria das escolas brasileiras. A partir do pressuposto que a
escola é um espaço onde se realizam as reações de aprendizagem, e que todo ser
vivo necessita de condições adequadas para exercerem suas funções vitais, a
maioria das nossas Unidades de Ensino, não oferecia condições para nossos estudantes realizarem suas funções vitais adequadamente.
Fato que se refletia diretamente na aprendizagem.
Em
todo o Brasil, o que tínhamos na época eram escolas funcionando em condições
precárias sem condições de segurança e até de higiene.
Em
algumas cidades, nem prédios existiam. Pequenas choupanas sem paredes com
crianças sentadas no chão.
Em
todas as regiões do Brasil a situação era a mesma. Crianças e jovens caminhando
horas para terem acesso ao ambiente escolar. Salas lotadas de alunos e professores
recebendo salários aviltantes e sem condições de se manterem atualizados.
Prédios,
em que no mesmo ambiente, os professores atendiam estudantes de diversas
séries. Cabendo ao mestre o árduo trabalho de se dividir em vários para ensinar
diversas séries.
Material
escolar precário ou inexistente. Em 1992, este era quadro da maioria das nossas
escolas. Tudo isso foi pessoalmente constatado e apresentado nas discussões da
ECO 92.
O
que contrastava com essa situação era a disponibilidade de trabalho dos
professores. Homens e mulheres, verdadeiros guerreiros, fazendo o impossível
para que crianças e jovens não perdessem a vontade de sonhar. Um quadro de
evasão escolar preocupante. Em muitas regiões a luta pela vida começava cedo. Antes
dos dez anos de idade, muitos brasileiros deixavam os bancos escolares para
cumprir rígidos horários de trabalho.
Como
ensinar aos nossos estudantes questões ecológicas, proteção aos animais e
vegetais, e toda uma conceituação de proteção ao planeta Terra para quem está
ameaçado de extinção. Salvem as baleias, mas, não esqueçam as nossas crianças,
foi uma observação que fizemos na ocasião, no sentido de sensibilizarmos o mundo
para as crianças e jovens estudantes brasileiros.
Sabemos
que muitas mudanças aconteceram e que houve melhorias consideráveis. Porém,
muito do que foi prometido não passou de assinaturas em documentos. Depois de
vinte anos esse problema entre muitos outros não receberam a devida atenção. Protocolos,
cartas e promessas tudo esquecido.
A
ganância, a fome financeira, os desmandos, a supremacia dos poderosos foi maior
do que as necessidades ecológicas. O meio ambiente? Esse continuou a ser
tratado com desdém como as nossas crianças.
Chegamos a RIO
+ 20. Novos encontros. Novas promessas. Novos documentos. Esperamos não continuarmos com os velhos problemas.
Vamos
participar! Vamos comparecer! Vamos fazer valer a nossa vontade!
Edison Borba
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