Lá
vai a modelo desfilando pela passarela linda, magra, elegante. Vestidos longos,
saias curtas, botas, sapatos de salto, sandálias, blusas e casacos.
Lá
vai a modelo desfilando pela passarela exalando perfumes, deslizando como um pássaro,
rodopiando como um pião.
Lá
vai a modelo desfilando pela passarela exibindo sorrisos, fazendo caras e
bocas, mostrando “biquinho” para realçar a cor do seu batom.
Lá
vai a modelo desfilando pela passarela distribuindo olhares, piscando os
olhinhos para que todos vejam, seus cílios postiços.
Lá
vai a modelo, pendurando vestidos como fazem os cabides guardados no armário.
Lá
vai a modelo viajando para outro país, levando enorme bagagem em malas de luxo.
Sob os óculos escuros tenta um disfarce
Lá
vai a modelo nas asas da aviação. Feliz e contente está no avião.
Lá
vai a modelo carregando em seu ventre um pequeno bebê.
Lá
está a modelo em outro país.
Em
outras paragens, a bela mulher desfila palavras para todos os jornais. Desafia
os homens, com quem fez amor.
Lá
está a modelo anunciando um pai, entre
tantos amores, efêmeros amores.
Lá
está a modelo brincando com vidas. A sua, a deles e a de quem vai nascer.
Lá
está a mulher, que não pode ser modelo.
Modelo
a não ser imitado nas passarelas da vida, de sérios amores e valores, que
apesar do tempo, não mudam jamais.
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