Uma
garotinha. Uma janela. Uma madrasta.
Uma
jovem. Seus pais. Um namorado.
Uma
mulher. Um bebê. Um marido.
A
morte reúne três mulheres num mesmo espaço – a penitenciária. As três se
igualam pelo comportamento tranqüilo, frio e calculista.
Uma
ocupando o lugar de madrasta. A outra, o
lugar de filha. E a terceira, de esposa. Três mulheres envolvidas em crimes
cruéis. O que as une, através de uma linha reta, é o fato de se manterem
“equilibradas” diante das tragédias.
Menina
é jogada de uma alta janela de um edifício. As
marcas de tortura no corpo da garotinha e todas as evidências coletadas,
apontaram a madrasta como uma das pessoas envolvidas no assassinato.
Casal
é encontrado morto no quarto da casa em que viviam. Durante o enterro, a jovem
filha chora a triste perda. Após as investigações, a linda adolescente é
apontada como a mandante do terrível crime.
Homem
desaparece de sua casa onde vive com a
esposa e um bebê. A polícia analisa o
caso e descobre três malas contendo pedaços de gente. Antes que os analistas
apontassem um culpado, a bela esposa confessa. Os pedaços de carne humana eram
de seu marido que ela havia esquartejado.
Três
mulheres bonitas, com bom nível de
escolaridade e pertencentes, no momento dos crimes, a uma privilegiada classe
média.
Advogados,
Doutores, Legistas, Psicólogos e Psicanalistas se reúnem, debatem, analisam e
tentam entender os motivos que levaram essas mulheres a serem malvadas.
Psicopatas?
Mentes doentes? Desequilibradas?
Como
classificá-las?
Até
o dia das ocorrências, demonstravam um
comportamento social adequado.
Eram
mulheres comuns inseridas no contexto social moderno.
As
bruxas das histórias infantis possuem aparência capaz de identificá-las.
Verrugas na ponta do nariz, queixo pontudo e se locomovem em vassouras. As
rainhas que mandam matar as
enteadas, são extravagantemente elegantes. Abusam dos espelhos e das roupas
coloridas. Moram em grandes palácios e não escondem suas maldades.
Essas
mulheres não fugiam ao “comum”. Agiam como a maioria das pessoas.
Onde
encaixá-las? São discretamente elegantes, de rosto meigo, delicadas e femininas. Quando filmadas e
fotografadas nada demonstram de anormal. Como perceber a crueldade de seus
corações? Não têm verruga na face, não se apresentam de forma extravagante
diante de espelhos mágicos e não montam vassouras.
Onde essas malvadas
mulheres escondem seus ódios, suas raivas e seus rancores? Elas são muito mais
do que assassinas. São más, cruéis tranquilamente malvadas!
Edison Borba
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