Separação,
desquite, divórcio, abandono do lar tudo se resume numa só condição acabou o
amor. Em alguns casos, o amor não acabou simplesmente porque nunca existiu. É
mais comum do que imaginamos, pessoas se unirem por atração momentânea, vontade
de sexo ou por conveniência profissional e até financeira.
Sábado,
dia 30 de junho, estarei presente a uma celebração de Bodas de Diamante e no
mês de dezembro, a uma festa de Bodas de Ouro.
É
impressionante, que ainda existam parceiros que conseguem superar marcas de
cinquenta e sessenta anos de união.
Dividir
a mesma casa, o mesmo quarto, a mesma cama e, o mais difícil, o mesmo banheiro.
Nossas vontades fisiológicas são extremamente egoístas e não suportam esperar.
Quando se consegue dividir o mesmo banheiro, é sinal de que a relação poderá
ser duradoura. Esse local tão discreto guarda nossos mais incríveis segredos.
Aqueles que nem aos nossos terapeutas contamos. Hábitos estranhos, caretas,
cheiros, perfumes, dores, lágrimas, silêncios, decisões e muitas outras
situações são vividas nos interiores dos
banheiros.
Não
existe no mundo, ninguém, que possa prescindir desse estranho local. Nos
trancamos em banheiros e nos sentimos livres para ser aquilo que ninguém pode
saber sobre nós. No seu interior, ficamos literalmente nus!
Sem
roupas, sem constrangimentos e sem vergonhas, aquelas (vergonhas) que geralmente
nos fazem corar em público.
Portanto,
afirmo que para haver celebrações de bodas, o segredo está no uso dos
banheiros.
Esta
semana os jornais estão com farto material sobre separações de celebridades. O
mundo dos famosos está repleto de amores findos. Homens e mulheres lindos, que
já posaram para muitas revistas, mostrando suas felizes caras, anunciam que
tudo está acabado.
Mesmo
sendo aqueles que possuem lindos e bem decorados banheiros, não escaparam dessa
maldição. Não há como resistir ao creme dental amassado, cabelo no sabonete e
aos odores desagradáveis. Tolhas molhadas, roupas íntimas espalhadas no chão e
uso da escova dental errada.
Portas
trancadas por muito tempo, revelando a
vontade de ficar ausente da presença do outro e um indício de que algo vai mal
na relação. O fato piora quando o celular passa a ser uma companhia nesse
solitário ambiente. Banheiro mais celular é perigo conjugal!
Sinais
claros que haverá separação de corpos.
Em
todas as classes sociais o fenômeno se repete, só variando a cor dos azulejos, a
maciez das toalhas e o valor dos perfumes. Comportamento humano é sempre igual,
seja entre as famílias reais, famosos, intelectuais ou simples mortais.
Provavelmente
a forma de acontecer às separações possa variar mas os contextos, as reclamações e as dores serão sempre semelhantes.
Parabéns
aos meus amigos que estão celebrando a difícil tarefa de dividir os banheiros
por tantos anos. Com certeza irei abraçá-los e quem sabe procurar saber qual o
tipo de sabonete, creme dental além de outros produtos próprios para o consumo
íntimo eles usam. Talvez eu aprenda a partilhar minha vida com alguém por
tantos anos.
Edison Borba
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