domingo, 24 de junho de 2012

SEPARAÇÃO

Separação, desquite, divórcio, abandono do lar tudo se resume numa só condição acabou o amor. Em alguns casos, o amor não acabou simplesmente porque nunca existiu. É mais comum do que imaginamos, pessoas se unirem por atração momentânea, vontade de sexo ou por conveniência profissional e até financeira.
Sábado, dia 30 de junho, estarei presente a uma celebração de Bodas de Diamante e no mês de dezembro, a uma festa de Bodas de Ouro.
É impressionante, que ainda existam parceiros que conseguem superar marcas de cinquenta e sessenta anos de união.
Dividir a mesma casa, o mesmo quarto, a mesma cama e, o mais difícil, o mesmo banheiro. Nossas vontades fisiológicas são extremamente egoístas e não suportam esperar. Quando se consegue dividir o mesmo banheiro, é sinal de que a relação poderá ser duradoura. Esse local tão discreto guarda nossos mais incríveis segredos. Aqueles que nem aos nossos terapeutas contamos. Hábitos estranhos, caretas, cheiros, perfumes, dores, lágrimas, silêncios, decisões e muitas outras situações são vividas  nos interiores dos banheiros.
Não existe no mundo, ninguém, que possa prescindir desse estranho local. Nos trancamos em banheiros e nos sentimos livres para ser aquilo que ninguém pode saber sobre nós. No seu interior, ficamos literalmente nus!
Sem roupas, sem constrangimentos e sem vergonhas, aquelas (vergonhas) que geralmente nos fazem corar em público.
Portanto, afirmo que para haver celebrações de bodas, o segredo está no uso dos banheiros.
Esta semana os jornais estão com farto material sobre separações de celebridades. O mundo dos famosos está repleto de amores findos. Homens e mulheres lindos, que já posaram para muitas revistas, mostrando suas felizes caras, anunciam que tudo está acabado.
Mesmo sendo aqueles que possuem lindos e bem decorados banheiros, não escaparam dessa maldição. Não há como resistir ao creme dental amassado, cabelo no sabonete e aos odores desagradáveis. Tolhas molhadas, roupas íntimas espalhadas no chão e uso da escova dental errada.  
Portas trancadas por muito tempo,  revelando a vontade de ficar ausente da presença do outro e um indício de que algo vai mal na relação. O fato piora quando o celular passa a ser uma companhia nesse solitário ambiente. Banheiro mais celular é perigo conjugal!
Sinais claros que haverá separação de corpos.
Em todas as classes sociais o fenômeno se repete, só variando a cor dos azulejos, a maciez das toalhas e o valor dos perfumes. Comportamento humano é sempre igual, seja entre as famílias reais, famosos, intelectuais ou  simples mortais.
Provavelmente a forma de acontecer às separações possa variar  mas os contextos, as reclamações e as dores  serão sempre semelhantes.
Parabéns aos meus amigos que estão celebrando a difícil tarefa de dividir os banheiros por tantos anos. Com certeza irei abraçá-los e quem sabe procurar saber qual o tipo de sabonete, creme dental além de outros produtos próprios para o consumo íntimo eles usam. Talvez eu aprenda a partilhar minha vida com alguém por tantos anos.
Edison Borba

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