quarta-feira, 13 de junho de 2012

NAS RUAS DO RIO E DO MUNDO

Ônibus invade uma  calçada e mata cinco pessoas.
Médicos e estudantes fazem passeata solicitando melhores condições de trabalho e estudo, além de discutirem questões salariais.
A chuva e o frio leva  as equipes de Serviço Social a recolherem moradores de rua para abrigos.
Uma caixa de isopor encontrada no centro da cidade continha crânios humanos. A polícia investiga a origem do material.
Grande mobilização da polícia e forças armadas ocupa as ruas para dar segurança às autoridades que visitarão a cidade durante o evento RIO + 20.
Polícia intensifica rondas na região portuária da cidade, onde cresce o uso do crack.
Árvores são cortadas na Praça Barão de Ladário, General Dionísio e Voluntários da Pátria, sem que seja providenciado o plantio de novas espécies. Fato que contraria as discussões da RIO+20, que defende o meio ambiente.
O corredor expresso BRT Transoeste (Barra-Campo Grande) terá horário de circulação e número de estações  ampliados.
Assim são as ruas do Rio de Janeiro. Ruas iguais as de todo o mundo. Provavelmente acontecimentos semelhantes estão acontecendo nas ruas de Paris, Belo Horizonte, Londres, Heidelberg, Arapiraca, Lisboa, Barcelona, Porto Alegre, Itaperuna, Tóquio, Sidney, Teresina, Pequim, Buenos Aires, Havana, Uganda ou em Blumenau.
Observando as devidas diferenças sociais, climáticas e educacionais de cada povo, rua é sempre rua, palco de acontecimentos semelhantes.
Quando uma árvore é cortada, não importa em que local, o sofrimento da natureza é o mesmo.
Quando um acidente de trânsito ocorre, seja numa cidade grande ou num pequeno município, a dor das pessoas envolvidas é a mesma.
Quando humanos se envolvem com drogas nos becos  e esquinas das pobres comunidades  ou nas avenidas luxuosas o sentimento de desvalia é o mesmo.
Quando o inverno e o frio congelam corpos de crianças e idosos, não importa o país, a cultura, o poder financeiro nem a renda do produto interno bruto, a tristeza de ter não um abrigo é chocante.
Ruas, becos, vielas, avenidas e alamedas.
Calçadas e marquises.
Vitrines! Exibidas e lindas vitrines.
Manequins, roupas, brinquedos e doces - enfeites e deleites para uns e desejos frustrados para outros.
Postes e luzes iluminam as ruas ricas ou pobres caminho de vidas, sonhos e destinos.
Ruas lotadas sob a luz do sol ou vazias escuras e sombrias em noites sem lua serão sempre os lugares mais democráticos do mundo. Em seus pisos, não importa se os pés estão nus ou cobertos por lindos sapatos. Todos são iguais quando pisam nos seus tapetes e deixam indelevelmente suas marcas.
 Edison Borba

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