Quando eu era
criança, minha mãe trazia as compras da feira, em bolsas feitas de pano. Eram
coloridas e confeccionadas com pequenos retalhos de diversos tipos de tecidos.
Meu irmão tinha um carrinho de madeira e rolimã, que também era usado para
pequenos transportes.
Feijão, arroz e
farinha eram comercializados por quilo e colocados em sacos de papel. Carne,
ovos e peixe embrulhados, também com papel. Os refrigerantes e o leite eram comprados
em garrafas de vidro retornáveis.
Não havia sacolas “plásticas”
nem latinhas. Usava-se guardanapos e
coador de café feitos de pano que
eram lavados e reutilizados.
Os aparelhos, como
televisões e geladeiras, eram duráveis. E dificilmente apresentavam defeitos.
As casas mobiliadas com objetos resistentes e duráveis.
O progresso nos
trouxe muitas “coisas” boas. Não podemos negar os grandes avanços em diversas
áreas, isso é muito louvável.
Porém, alguns
produtos foram inseridos em nossas vidas sem que houvesse um estudo sobre seus
usos e nem preocupação sobre suas ações em relação ao meio ambiente e sobre as
nossas vidas. Sacos de plástico, latinhas para refrigerantes, desodorantes em
spray, além de outras tantas modernidades que usados em excesso e de forma
inadequada causaram grandes danos ao meio ambiente e consequentemente sobre a saúde da humanidade.
Atualmente
campanhas são intensificadas para mudarmos alguns hábitos, que nada mais são do
que um retorno ao passado.
Chegamos a um
patamar onde só nos resta parar, refletir e em alguns casos resgatar antigas
formas de vida. Para que os movimentos ecológicos possam atingir seus
objetivos, será necessário nos despirmos de algumas vaidades e fazer uma viagem
ao passado resgatando o que for benéfico para a nossa sobrevivência. Será
preciso encontrar um caminho entre o moderno e o antigo, tirando de cada um
aquilo que for melhor para todos nós. Alguns “confortos” precisarão ser
deixados em função da manutenção do equilíbrio ecológico. Diminuir a quantidade
de produtos químicos que cada um de nós utiliza diariamente para a higiene
pessoal e ambiental, será um sacrifício necessário.
Precisamos rever o
uso de sabões, sabonetes, desodorantes, detergentes e muitos outros elementos
que estão causando grandes danos aos diversos ecossistemas.
Perdemo-nos no
combate às grandes ações de desmatamento pelo corte de árvores e por queimadas,
os garimpos desregrados e a contaminação das águas de rios e lagoas, também são
grandes problemas ambientais. A grande poluição oceânica é outro desastre que
temos enfrentado constantemente.
Com a chegada da
RIO + 20, será necessário que cada cidadão se conscientize sobre suas ações em
particular, sem a qual não haverá uma consciência globalizada. É preciso
lembrar que esse evento NÃO É UMA FESTA!
Desde a RIO 92, até os dias de hoje, avançamos muito
pouco quanto aos aspectos de uma consciência sobre meio ambiente e humanidade.
Não existe um meio
ambiente separadamente dos seres animais, vegetais e humanos. Nós todos somos o
ambiente. É inconsistente o discurso de “vamos salvar o meio” como se nós
fossemos algo em separado. O meio ambiente sempre existirá, mesmo que em
péssimas condições para a vida humana. Nós é que estamos em extinção à medida
que alteramos os nichos ecológicos. Salvar a mata pela mata, sem a percepção de
que nós somos seus dependentes chega a
ser ingênuo. Proteger o mico-leão-dourado sem observar que ele faz parte de uma
cadeia alimentar que será abalada com o seu desaparecimento é extremamente
falho. Precisamos de uma conscientização clara de que nós precisamos de um meio
ambiente saudável. Nossa sobrevivência é que está em perigo. O meio ambiente
poderá se modificar e o planeta Terra ter a sua atmosfera transformada de tal
forma que a espécie humana desaparecerá. Mas, o meio ambiente continuará a
existir sob outras condições, físico químicas, nós humanos é que estamos em
perigo de sermos extintos!
Edison Borba
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