terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

CARNAVAL NA BAHIA? QUE CARNAVAL?

Choram os atabaques, os filhos de Ghandi se vestem de preto, os afoxés silenciam, os trios elétricos paralizados não atraem os da “pipoca”, que sem abadás, não tem coragem de seguir atrás do som.
As baianas recolhem seus tabuleiros e não sevem mais acarajé. As ladeiras esvaziadas do pelourinho anunciam um triste carnaval.
A natural alegria baiana está maculada. Rostos tristes. Lágrimas e pouca esperança.
Crianças choram por seus pais. O encantamento baiano está perdido nos rostos de mulheres que clamam por seus companheiros.
Turistas atônitos, não reconhecem a Bahia de “todos os santos” e se assustam com uma Salvador, em luto.
Às vésperas do carnaval, policiais da PM de Salvador (Bahia) entram em greve. A cidade assustada vive dias de ataques às lojas e um considerável aumento de assassinatos.
O governo de um lado,  os policiais do outro e a população em pânico. E a justiça?
Aulas suspensas, shows cancelados, comércio fechado. E a justiça?
De quem é a razão? E a justiça?
Quem merece crédito? E a justiça?
Homens suados gritam palavras de ordem em busca de melhores condições de trabalho. E a justiça?
Policiais das forças do exército, revidam com balas de borracha. E a justiça?
Uma questão complexa, numa época complexa. E a justiça?
Até quando, trabalhadores brasileiros, precisarão “fazer greve” para denunciar suas precárias condições de trabalho?
Um país que se orgulha de subir na escala mundial das nações, ainda tem muito a resolver junto ao seu povo.
Um estado como a Bahia, que lucra  com o seu famoso carnaval, faz uma triste “festa” quando necessita negociar com os seus trabalhadores.
Que se calem os tambores. Que emudeçam as vozes. Que silenciem os trios.
Nesse carnaval não haverá cantares nem louvores. Nem abadás coloridos enfeitarão as ruas e avenidas. Enquanto o sangue de brasileiros for derramado, para que a justiça seja feita (QUE JUSTIÇA?), a alegria está suspensa! Solicitamos aos turistas que regressem aos seus lares.
Pedimos desculpas! Quem sabe no próximo ano tudo será diferente? (Se houver justiça!)
Edison Borba


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